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quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Serra prevê vitória e monta ministério
Do blog do Professor Hariovaldo Almeida Prado
Com a vitória garantida Serra começa a pensar no ministério
Por Prof Hariovaldo Prado
Como a vitória agora é questão de dias, é hora de começarmos a analisar o futuro ministério de salvação nacional do governo Serra. Alguns nomes já estão certos, outros ainda são dúvidas. É importante que cada um de nós dê sua opinião sobre eles ou indique substitutos. Vamos conhecê-los:
Relações Exteriores: Fernando Henrique Cardoso;
Defesa: Nelson Jobim;
Justiça: Gilmar Mendes;
Banco Central: Salvatore Cacciola
Comunicações: Ali Kamel;
Saúde: Cacá Rosset;
Economia: (Serra está em dúvidas entre Sardenberg e Leitão)
Segundo sugestões dos homens bons que frequentam este sítio noticioso, poderemos ter também as seguintes pessoas nos ministérios indicados:
Minas e Energia: David Zylbersteyn
Pró-Álcool: Lucia Hipolitro.
Cultura: Arnaldo Jabor
O IBGE será gerido pelo Datafolha.
Trabalho: Chiquinho Scarpa
Turismo: Maitê Proença
Ministério do Acarajé: Cira de Itapuã
Ministério da Juventude: Soninha
Instituto Federal de Reeducação Social Henning Boilesen: Jair Bosolnaro
Previdência Social: Georgina de Freitas
Igualdade Racial: Demétrio Magnoli
Reforma Agrária e Agricultura Familiar: Kátia Abreu
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres: Rogéria
Articulação Política: Índio da Costa
Esportes: Ricardo Teixeira
A chefia da Casa Civil ficará com a Condoleesa Rice, pois é assunto muito sério pra ser tratado por brasileiros.
O Instituto Rio Branco passará a se chamar Ronald Reagan Institute.
Diário Oficial será substituído pela Folha de São Paulo.
Com a vitória garantida Serra começa a pensar no ministério
Por Prof Hariovaldo Prado
Como a vitória agora é questão de dias, é hora de começarmos a analisar o futuro ministério de salvação nacional do governo Serra. Alguns nomes já estão certos, outros ainda são dúvidas. É importante que cada um de nós dê sua opinião sobre eles ou indique substitutos. Vamos conhecê-los:
Relações Exteriores: Fernando Henrique Cardoso;
Defesa: Nelson Jobim;
Justiça: Gilmar Mendes;
Banco Central: Salvatore Cacciola
Comunicações: Ali Kamel;
Saúde: Cacá Rosset;
Economia: (Serra está em dúvidas entre Sardenberg e Leitão)
Segundo sugestões dos homens bons que frequentam este sítio noticioso, poderemos ter também as seguintes pessoas nos ministérios indicados:
Minas e Energia: David Zylbersteyn
Pró-Álcool: Lucia Hipolitro.
Cultura: Arnaldo Jabor
O IBGE será gerido pelo Datafolha.
Trabalho: Chiquinho Scarpa
Turismo: Maitê Proença
Ministério do Acarajé: Cira de Itapuã
Ministério da Juventude: Soninha
Instituto Federal de Reeducação Social Henning Boilesen: Jair Bosolnaro
Previdência Social: Georgina de Freitas
Igualdade Racial: Demétrio Magnoli
Reforma Agrária e Agricultura Familiar: Kátia Abreu
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres: Rogéria
Articulação Política: Índio da Costa
Esportes: Ricardo Teixeira
A chefia da Casa Civil ficará com a Condoleesa Rice, pois é assunto muito sério pra ser tratado por brasileiros.
O Instituto Rio Branco passará a se chamar Ronald Reagan Institute.
Diário Oficial será substituído pela Folha de São Paulo.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Cumprir uma ordem criminosa é cometer um crime
Muitos nazistas de alto escalão tentaram se defender em Nuremberg, alegando que cumpriam ordens. Todos os que "cumpriram ordens" e praticaram atos contra a humanidade foram condenados. O tribunal decidiu que ordens criminosas não devem ser cumpridas e aqueles que as cumprem são criminosos também.
O tribunal de Nuremberg foi um dos momentos mais brilhantes da trajetória da humanidade.
O que dizer daqueles que cumpriram ordens, para produzir aquela matéria infame da revista Época, que tentou produzir uma imagem ameaçadora da candidata Dilma Roussef? Os jornalistas que se submeteram a criar aquela edição maldosa, com uma capa cuidadosamente projetada para amedrontar a boa fé dos brasileiros, são tão desonestos quanto os seus patrões ou, pior, concorram com aquela linha o que revela grave deformação de caráter.
O tribunal de Nuremberg foi um dos momentos mais brilhantes da trajetória da humanidade.
O que dizer daqueles que cumpriram ordens, para produzir aquela matéria infame da revista Época, que tentou produzir uma imagem ameaçadora da candidata Dilma Roussef? Os jornalistas que se submeteram a criar aquela edição maldosa, com uma capa cuidadosamente projetada para amedrontar a boa fé dos brasileiros, são tão desonestos quanto os seus patrões ou, pior, concorram com aquela linha o que revela grave deformação de caráter.
domingo, 22 de agosto de 2010
TSE muda as regras e não informa direito
O TSE mudou a forma de votar repentinamente e não avisou direito aos eleitores. Agora, além do título de eleitor, os eleitores serão obrigados a levar um documento com foto. Praticamente não houve comunicação para informar isso e a campanha foi de péssima qualidade.
A desinformação atinge principalmente os eleitores mais pobres e das áreas de difícil acesso. Milhões serão prejudicados.
A desinformação atinge principalmente os eleitores mais pobres e das áreas de difícil acesso. Milhões serão prejudicados.
Tem gente lendo os jornais errados
Texto curto e bacana copiado do blog Escrevinhador.
A Stephanie é a estagiária da redação. Trabalha muito, carrega fitas pra lá e pra cá, ajuda a apurar informações, está sempre ligada na notícia do dia. Em poucas palavras: ainda nem terminou a Faculdade, mas está doida pra aprender como se faz o tal “jornalismo diário”.
Pois bem: numa noite dessas, ela estava na mesa de trabalho, ao lado desse escrevinhador e de Marco Aurélio Mello – que é editor do “Jornal da Record” e também comandante-em-chefe do blog “Doladodelá”. A Stephanie tinha um olho no computador (o chefe dela não para de passar novas tarefas) e outro na TV, pra acompanhar o telejornal. De repente, entra a notícia no ar: ”Vox Populi – Dilma 45%, Serra 29%. Dilma pode ganhar no primeiro turno”.
O Aurélio e eu nem nos mexemos, mas a Stephanie arregala os olhos: “gente, eu jurava que o Serra ia ganhar”.
O Aurélio sorri.
“Eu leio a Veja, leio todos os jornais, e pelas notícias eu tinha certeza que o Serra ia ganhar disparado”.
O Aurélio sorri. E eu sorrio também.
“Por que vocês estão rindo? Eu nao tenho a experiência de vocês, mas acompanho as notícias, e tudo indicava que a Dilma não ia conseguir nada nessa eleição”.
Só aí o Aurélio resolve falar: “acho que você andou lendo os jornalistas errados”.
A Stephanie é mais uma vítima da velha imprensa que briga com os fatos. A velha imprensa, que deu espaço pro Montenegro prever que Dilma não passaria dos 15%. Deu espaço pra ficha falsa na primeira página. Deu espaço pra colunistas e comentaristas dizerem os maiores absurdos sobre Lula, Dilma e o Brasil.
Essa turma enganou o seu público. Enganou a Stephanie.
Essa turma tem todo direito de escolher um lado. Nos blogs por aí, muita gente também escolhe um lado. Mas a velha imprensa não faz só isso. Ela esconde os fatos, briga com a realidade, na tentativa de controlar essa realidade.
A Stephanie – que não é tão ligada em política, não é militante, e quer só se informar – já percebeu que algo estranho ocorreu. Quantos leitores, ouvintes e telespectadores também estão percebendo?
Como diria o Cartola, naquela letra belíssima: “quando notares, estás à beira do abismo, abismo que cavaste com teus pés”.
No abismo não vão cair a Stephanie e o restante do público. Vai cair essa turma que briga com os fatos.
A vida é um moinho, e vai reduzir as ilusões a pó!
A Stephanie é a estagiária da redação. Trabalha muito, carrega fitas pra lá e pra cá, ajuda a apurar informações, está sempre ligada na notícia do dia. Em poucas palavras: ainda nem terminou a Faculdade, mas está doida pra aprender como se faz o tal “jornalismo diário”.
Pois bem: numa noite dessas, ela estava na mesa de trabalho, ao lado desse escrevinhador e de Marco Aurélio Mello – que é editor do “Jornal da Record” e também comandante-em-chefe do blog “Doladodelá”. A Stephanie tinha um olho no computador (o chefe dela não para de passar novas tarefas) e outro na TV, pra acompanhar o telejornal. De repente, entra a notícia no ar: ”Vox Populi – Dilma 45%, Serra 29%. Dilma pode ganhar no primeiro turno”.
O Aurélio e eu nem nos mexemos, mas a Stephanie arregala os olhos: “gente, eu jurava que o Serra ia ganhar”.
O Aurélio sorri.
“Eu leio a Veja, leio todos os jornais, e pelas notícias eu tinha certeza que o Serra ia ganhar disparado”.
O Aurélio sorri. E eu sorrio também.
“Por que vocês estão rindo? Eu nao tenho a experiência de vocês, mas acompanho as notícias, e tudo indicava que a Dilma não ia conseguir nada nessa eleição”.
Só aí o Aurélio resolve falar: “acho que você andou lendo os jornalistas errados”.
A Stephanie é mais uma vítima da velha imprensa que briga com os fatos. A velha imprensa, que deu espaço pro Montenegro prever que Dilma não passaria dos 15%. Deu espaço pra ficha falsa na primeira página. Deu espaço pra colunistas e comentaristas dizerem os maiores absurdos sobre Lula, Dilma e o Brasil.
Essa turma enganou o seu público. Enganou a Stephanie.
Essa turma tem todo direito de escolher um lado. Nos blogs por aí, muita gente também escolhe um lado. Mas a velha imprensa não faz só isso. Ela esconde os fatos, briga com a realidade, na tentativa de controlar essa realidade.
A Stephanie – que não é tão ligada em política, não é militante, e quer só se informar – já percebeu que algo estranho ocorreu. Quantos leitores, ouvintes e telespectadores também estão percebendo?
Como diria o Cartola, naquela letra belíssima: “quando notares, estás à beira do abismo, abismo que cavaste com teus pés”.
No abismo não vão cair a Stephanie e o restante do público. Vai cair essa turma que briga com os fatos.
A vida é um moinho, e vai reduzir as ilusões a pó!
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Grande mídia mostra seu lado mais reacionário
20 de agosto de 2010 às 1:18
Weissheimer: O passado e o presente da imprensa brasileira
O passado e o presente da imprensa brasileiraA revista Época fez o que se espera da Globo, um dos pilares de sustentação da ditadura militar: resgatou a agenda da Guerra Fria e destacou na capa o “passado de Dilma”. O ovo da serpente permanece presente na sociedade brasileira. O que deveria ser tema de orgulho para uma sociedade democrática é apresentado por uma das principais revistas do país com ares de suspeita. Os editores de Época honram assim o passado autoritário e anti-democrático de sua empresa e nos mostram que ele está vivo e atuante. No RS, jornal Zero Hora aplaude suspensão de indenizações às vítimas da ditadura e fala do risco de instituir uma “bolsa anistia”.
Marco Aurélio Weissheimer, na Carta Maior
As empresas de comunicação têm o hábito de se apresentarem como porta-vozes do interesse público. Em que medida uma empresa privada, cujo objetivo central é o lucro, pode ser porta-voz do interesse público? Essas empresas participam ativamente da vida política, econômica e cultural do país, assumindo posições, fazendo escolhas, pretendendo dizer à população como ela deve ver o mundo. No caso do Brasil, a história recente de muitas dessas empresas é marcada pelo apoio a violações constitucionais, à deposição de governantes eleitos pelo voto e pela cumplicidade com crimes cometidos pela ditadura militar (cumplicidade ativa muitas vezes, como no caso do uso de veículos da ão Paulo durante a Operação Bandeirantes). Até hoje nenhuma dessas empresas julgou necessário justificar seu posicionamento durante a ditadura. Muitas delas sequer usam hoje a expressão “ditadura militar” ao se referir aquele triste período da história brasileira, preferindo falar em “regime de exceção”. Agem como se suas escolhas (de apoiar a ditadura) e os benefícios obtidos com elas fossem também expressões do “interesse público”.
Apoiar o golpe militar que derrubou o governo Jango foi uma expressão do interesse público? Ser cúmplice de uma ditadura que pisoteou a Constituição brasileira, torturou e matou é credencial para se apresentar como defensor da liberdade? O silêncio dessas empresas diante dessas perguntas já é uma resposta. O que é importante destacar é que a semente do autoritarismo, da perversidade e da violência prossegue ativa, conforme se viu neste final de semana (e se vê praticamente todos os dias).
A revista Época fez o que se espera da Globo, maior empresa midiática do país e um dos pilares de sustentação da ditadura militar: resgatou a agenda da Guerra Fria e destacou na capa o “passado de Dilma”. O ovo da serpente permanece presente na sociedade brasileira. O que deveria ser tema de orgulho para uma sociedade democrática é apresentado por uma das principais revistas do país como motivo de suspeita. Os editores de Época honram assim o passado autoritário e anti-democrático de sua empresa e nos mostram que ele está vivo e atuante.
Indenizações às vítimas da ditadura
De maneira similar, aqui no Rio Grande do Sul, o jornal Zero Hora publicou um editorial apoiando a decisão do TCU de questionar às indenizações que estão sendo pagas às vítimas de perseguição e maus tratos durante a ditadura, ou “regime de exceção”, como prefere a publicação. Trata-se, segundo a RBS, de defender um “princípio da razoabilidade”. “Ninguém tem direito a indenizações perdulárias ou a aposentadorias e pensões que extrapolam critérios de prudência, ponderação e equilíbrio”, diz o texto. Prudência, ponderação, equilíbrio e razoabilidade: foram esses os valores que levaram o jornal e sua empresa a cerrarem fileiras ao lado dos militares que rasgaram a Constituição brasileira? Quanto dinheiro os proprietários da RBS ganharam com esse apoio? Não seria razoável e ponderado defender que indenizassem a sociedade brasileira pelo desserviço que prestaram à democracia?
É cansativo, mas necessário relembrar. Sempre. Como a maioria da grande mídia brasileira, a empresa gaúcha apoiou o golpe que derrubou João Goulart. O jornal Zero Hora ocupou o lugar da Última Hora, fechado pelos militares por apoiar Jango. Esse foi o batismo de nascimento de ZH: a violência contra o Estado Democrático de Direito. Três dias depois da publicação do Ato Institucional n° 5 (13 de dezembro de 1968), ZH publicou matéria sobre o assunto afirmando que “o governo federal vem recebendo a solidariedade e o apoio dos diversos setores da vida nacional”. No dia 1° de setembro de 1969, o jornal publica um editorial intitulado “A preservação dos ideais”, exaltando a “autoridade e a irreversibilidade da Revolução”. A última frase editorial fala por si:
“Os interesses nacionais devem ser preservados a qualquer preço e acima de tudo”.
Interesses nacionais?
A expansão da empresa se consolidou em 1970, com a criação da RBS. A partir das boas relações estabelecidas com os governos da ditadura militar e da ação articulada com a Rede Globo, a RBS foi conseguindo novas concessões e diversificando seus negócios.
Como a revista Época, Zero Hora é fiel ao seu passado e exercita um de seus esportes favoritos: pisotear a memória do país e ofender a inteligência alheia. O editorial tenta ser ardiloso e defende, no início, as indenizações como decisão correta e justa. Mas logo os senões começam a desfilar: os exageros nas indenizações de Ziraldo, Lula, Jaguar e Carlos Lamarca, “outro caso aberrante segundo o procurador”. A pressão exercida por setores militares junto ao governo e ao Judiciário é convenientemente omitida pelo editorial que fala do “risco” de as indenizações se transformarem em algo como “uma bolsa-anistia”.
O presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão Pires Junior, divulgou uma esclarecedora nota a respeito da decisão do TCU e das pressões que vem sendo exercidas contra o processo das indenizações. A capa da revista Época e o editorial de Zero Hora mostram que as empresas responsáveis por essas publicações permanecem impregnadas do autoritarismo que alimentou seu nascimento e expansão. É triste ver jornalistas emprestando sua pena para inimigos da democracia e da liberdade. Pois é exatamente disso que se trata. Esse é o conteúdo que habita a caixa preta de boa parte da imprensa brasileira.
O fim da oposição de direita abre espaço para a oposição de esquerda
Bom texto encaminhado pelo professor Dalmir Francisco.
O desdobramento das pesquisas eleitorais
A frente PSDB-DEM deve sofrer um duro golpe nas eleições deste ano,
prevê João Francisco Meira, diretor presidente do Vox Populi. Vai
sobrar Aécio Neves, em Minas, Kátia Abreu em Tocantins, talvez Roseane
Sarney (embora no PMDB) no Maranhão. Cesar Maia corre o risco de não
se eleger, assim como Agripino Maia e outros caciques. A nova geração
de centro-direita, esperança de um revigoramento da oposição, será
arrasada nas eleições. Levará no mínimo oito anos para se recompor a
oposição, com todos os inconvenientes que trará para o aprimoramento
democrático do país. O artigo é de Luis Nassif.
Luis Nassif
A grande tragédia política dessas eleições será o fim quase completo
da frente PSDB-DEM, a única que poderia oferecer uma oposição
consistente ao novo governo, que será empossado em 1º de janeiro de
2011.
Não existe governo, por mais virtuoso, que resista a um mandato sem
oposição. E este é o risco que o Brasil corre, com os erros cometidos
pela oposição nas atuais eleições. A avaliação é de João Francisco
Meira, diretor-presidente do Instituto Vox Populi.
Em meados do ano passado, a partir de conversas com Meira e de
reflexões próprias, parlamentares do DEM – como o ex-deputado Saulo
Queiroz – alertaram para as dificuldades que haveria em uma provável
candidatura José Serra. Estava claro para eles a quase impossibilidade
de vitória de Serra, por um conjunto de fatores.
O alerta de nada adiantou.
Em março, durante Congresso da Associação Brasileira de Empresas de
Pesquisa (ABEP), Meira alertou mais uma vez que a eleição já estava
decidida para Dilma Rousseff. Tanto o Vox Populi quanto o Instituto
Sensus trabalhavam com modernas técnicas de pesquisa, visando
antecipar tendências do eleitorado.
A metodologia era simples. Parte relevante do eleitorado não sabia
ainda que Dilma era candidata de Lula. Mas certamente saberá no dia
das eleições. A técnica consistia em antecipar aos pesquisados as
informações. A partir daí, se chegaria a um resultado muito mais
próximo do resultado final das urnas.
No encontro, houve um forte questionamento do Instituto Datafolha,
para quem pesquisas não deveriam antecipar tendência.
É uma bela discussão conceitual. O que interessa em uma pesquisa
eleitoral: saber qual o resultado se a eleição fosse hoje ou tentar
antecipar o resultado final da eleição? A fronteira da pesquisa de
mercado é justamente antecipar tendências, explica Meira.
Nos meses seguintes, um inferno se abateu sobre os Institutos que
seguiram essa nova metodologia – Sensus e Vox Populi. Foram atacados
pelos jornais.
O momento mais dramático dessa história foi quando, estimulado pelas
matérias da Folha, o PSDB entrou na justiça eleitoral exigindo a
auditagem da pesquisa do Sensus. O Instituto amanheceu com um
estatístico convocado em São Carlos, com a polícia, para garantir a
vistoria, e com um repórter da Folha (empresa proprietária do
Datafolha) para escandalizar o acontecimento.
Não se encontrou nenhuma irregularidade na pesquisa. Mais que isso, à
medida que os dias iam passando, confirmava-se integralmente o acerto
do Sensus e do Vox. O próximo desafio de Meira será produzir um
trabalho acadêmico a respeito das conseqüências do viés das pesquisas.
Em um primeiro momento, aumentou a desinformação da opinião
pública.Agora, há muita gente perplexa com um resultado que já era
previsível desde o ano passado.
Ao comprar a ideia de que Serra era competitivo, contra toda a
evidência de um ano atrás, a oposição acabou indo para o caminho que
Lula queria.Meira equipara esse episódio às grandes tragédias
shakespeareanas, de desdobramentos terríveis quando se toma a decisão
errada na política, na guerra e no amor. Os fatos acabam voltando no
meio da sua testa, com fúria redobrada.
Caminhos alternativos
Se não se tivesse embarcado nessa armadilha das pesquisas com viés, a
oposição teria tomado outro caminho. Constataria que Lula inaugurou um
novo tempo na política brasileira e tentaria se adequar a esse novo
cenário, pensando em um pacto progressista, que permitisse reformas
estruturais do Judiciário, reforma fiscal, estrutura tributária. Não
venceria as eleições, mas sairia preservada.
A queima das caravelas
Em vez disso, queimaram-se as caravelas e se chegou ao final da
tragédia, com a aniquilação quase completa da estrutura DEM-PSDB. Vai
sobrar Aécio Neves, em Minas, Kátia Abreu em Tocantins, talvez Roseane
Sarney (embora no PMDB) no Maranhão. Cesar Maia corre o risco de não
se eleger, assim como Agripino Maia e outros caciques. A nova geração
de centro-direita, esperança de um revigoramento da oposição, será
arrasada nas eleições.
O final da tragédia
Levará no mínimo oito anos para se recompor a oposição, com todos os
inconvenientes que trará para o aprimoramento democrático do país. O
final da tragédia será em São Paulo. Geraldo Alckmin será eleito,
possivelmente com folga. Mas há grande probabilidade de Serra perder
no seu próprio estado, a partir do qual se produziu a fantasia que
liquidou com a oposição em todo país.
O desdobramento das pesquisas eleitorais
A frente PSDB-DEM deve sofrer um duro golpe nas eleições deste ano,
prevê João Francisco Meira, diretor presidente do Vox Populi. Vai
sobrar Aécio Neves, em Minas, Kátia Abreu em Tocantins, talvez Roseane
Sarney (embora no PMDB) no Maranhão. Cesar Maia corre o risco de não
se eleger, assim como Agripino Maia e outros caciques. A nova geração
de centro-direita, esperança de um revigoramento da oposição, será
arrasada nas eleições. Levará no mínimo oito anos para se recompor a
oposição, com todos os inconvenientes que trará para o aprimoramento
democrático do país. O artigo é de Luis Nassif.
Luis Nassif
A grande tragédia política dessas eleições será o fim quase completo
da frente PSDB-DEM, a única que poderia oferecer uma oposição
consistente ao novo governo, que será empossado em 1º de janeiro de
2011.
Não existe governo, por mais virtuoso, que resista a um mandato sem
oposição. E este é o risco que o Brasil corre, com os erros cometidos
pela oposição nas atuais eleições. A avaliação é de João Francisco
Meira, diretor-presidente do Instituto Vox Populi.
Em meados do ano passado, a partir de conversas com Meira e de
reflexões próprias, parlamentares do DEM – como o ex-deputado Saulo
Queiroz – alertaram para as dificuldades que haveria em uma provável
candidatura José Serra. Estava claro para eles a quase impossibilidade
de vitória de Serra, por um conjunto de fatores.
O alerta de nada adiantou.
Em março, durante Congresso da Associação Brasileira de Empresas de
Pesquisa (ABEP), Meira alertou mais uma vez que a eleição já estava
decidida para Dilma Rousseff. Tanto o Vox Populi quanto o Instituto
Sensus trabalhavam com modernas técnicas de pesquisa, visando
antecipar tendências do eleitorado.
A metodologia era simples. Parte relevante do eleitorado não sabia
ainda que Dilma era candidata de Lula. Mas certamente saberá no dia
das eleições. A técnica consistia em antecipar aos pesquisados as
informações. A partir daí, se chegaria a um resultado muito mais
próximo do resultado final das urnas.
No encontro, houve um forte questionamento do Instituto Datafolha,
para quem pesquisas não deveriam antecipar tendência.
É uma bela discussão conceitual. O que interessa em uma pesquisa
eleitoral: saber qual o resultado se a eleição fosse hoje ou tentar
antecipar o resultado final da eleição? A fronteira da pesquisa de
mercado é justamente antecipar tendências, explica Meira.
Nos meses seguintes, um inferno se abateu sobre os Institutos que
seguiram essa nova metodologia – Sensus e Vox Populi. Foram atacados
pelos jornais.
O momento mais dramático dessa história foi quando, estimulado pelas
matérias da Folha, o PSDB entrou na justiça eleitoral exigindo a
auditagem da pesquisa do Sensus. O Instituto amanheceu com um
estatístico convocado em São Carlos, com a polícia, para garantir a
vistoria, e com um repórter da Folha (empresa proprietária do
Datafolha) para escandalizar o acontecimento.
Não se encontrou nenhuma irregularidade na pesquisa. Mais que isso, à
medida que os dias iam passando, confirmava-se integralmente o acerto
do Sensus e do Vox. O próximo desafio de Meira será produzir um
trabalho acadêmico a respeito das conseqüências do viés das pesquisas.
Em um primeiro momento, aumentou a desinformação da opinião
pública.Agora, há muita gente perplexa com um resultado que já era
previsível desde o ano passado.
Ao comprar a ideia de que Serra era competitivo, contra toda a
evidência de um ano atrás, a oposição acabou indo para o caminho que
Lula queria.Meira equipara esse episódio às grandes tragédias
shakespeareanas, de desdobramentos terríveis quando se toma a decisão
errada na política, na guerra e no amor. Os fatos acabam voltando no
meio da sua testa, com fúria redobrada.
Caminhos alternativos
Se não se tivesse embarcado nessa armadilha das pesquisas com viés, a
oposição teria tomado outro caminho. Constataria que Lula inaugurou um
novo tempo na política brasileira e tentaria se adequar a esse novo
cenário, pensando em um pacto progressista, que permitisse reformas
estruturais do Judiciário, reforma fiscal, estrutura tributária. Não
venceria as eleições, mas sairia preservada.
A queima das caravelas
Em vez disso, queimaram-se as caravelas e se chegou ao final da
tragédia, com a aniquilação quase completa da estrutura DEM-PSDB. Vai
sobrar Aécio Neves, em Minas, Kátia Abreu em Tocantins, talvez Roseane
Sarney (embora no PMDB) no Maranhão. Cesar Maia corre o risco de não
se eleger, assim como Agripino Maia e outros caciques. A nova geração
de centro-direita, esperança de um revigoramento da oposição, será
arrasada nas eleições.
O final da tragédia
Levará no mínimo oito anos para se recompor a oposição, com todos os
inconvenientes que trará para o aprimoramento democrático do país. O
final da tragédia será em São Paulo. Geraldo Alckmin será eleito,
possivelmente com folga. Mas há grande probabilidade de Serra perder
no seu próprio estado, a partir do qual se produziu a fantasia que
liquidou com a oposição em todo país.
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Brasil ultrapassa Espanha
19 de agosto de 2010 às 13:41
Com a economia estagnada, espanhóis lamentam ultrapassagem do Brasil
La economía española se baja del pódiumEditorial do jornal espanhol Expansión
17.08.2010
A economia espanhola aspirou durante muito tempo fazer parte do grupo das sete economias mais importantes do mundo, do todo-poderoso G-7, integrado pelos Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Canadá.
Sobretudo durante o período do governo Aznar, tentou infrutiferamente usar a condição de oitava potência mundial para obter um assento no G-7.
Em 2007 o Banco da Espanha certificava que a economia espanhola era a sétima do mundo depois de ter desbancado o Canadá, mas tampouco o presidente Zapatero teve melhor sorte em suas reivindicações, por mais que se gabasse de que a economia espanhola estivesse entre as campeãs, que havia superado a da Itália em renda per capita e que em breve faria o mesmo com a da França.
Agora, a severidade com que a crise golpeou a economia espanhola e seus efeitos de contração do PIB nos distanciaram desta velha aspiração. Segundo os dados disponíveis, entre o primeiro trimestre de 2009 e o primeiro deste ano, o Brasil, com um PIB de 1,8 trilhão de dólares, desbancou a Espanha do oitavo posto, com um PIB de 1,5 trilhão.
O Brasil, cujo principal destino exportador é a China, sofreu apenas dois trimestres de crescimento negativo entre 2008 e 2009 e suas perspectivas de crescimento são de 7% para este exercício e de 11% para o próximo. Apesar disso, o Banco Mundial já estimava em 2008 que a economia espanhola ocupava a décima primeira posição do planeta, claramente abaixo do Brasil, se se comparasse as duas em termos de poder de compra.
Em todo caso, o dinamismo do Brasil contrasta com a paralisia da economia espanhola e com suas pobres perspectivas de recuperação, pois existe uma concordância generalizada de que há adiante um longo calvário de estagnação econômica. De fato, a tímida recuperação dos dois primeiros trimestres do ano, com a volta de baixas taxas de crescimento, poderá ser truncada na segunda metade deste ano.
O aumento do IVA, o enorme endividamento das famílias e a deterioração do mercado de trabalho, a falta de confiança e o eventual aumento dos impostos manterão inibida a demanda interna, motivo pelo qual a economia espanhola deve colocar todos os seus esforços em revitalizar seu setor exportador que, como em crises anteriores, pode ser o motor da recuperação.
Ontem se soube que as exportações espanholas tiveram aumento de 16,3% no primeiro semestre, o que é um dado que dá esperanças, mas ainda insuficiente para pensar que o setor exportador pode ocupar o lugar do consumo interno. A depreciação do euro e o vigor da recuperação em países da eurozona como Alemanha e França, importantes destinos de nossas exportações, oferecem um cenário favorável, que devemos aproveitar aumentando a qualidade e a quantidade de nossa oferta exportadora.
Direita unifica a esquerda em torno do PT
Como o oposição reunificou o PT
Enviado por luisnassif, qui, 19/08/2010 - 10:28 Do ValorO efeito colateral do discurso neo-udenista
Maria Inês Nassif
19/08/2010
Na campanha, o PT consegue reunir de volta sua antiga militância e o PSDB tem perdido a sua
A excessiva fixação do PSDB e do DEM no eleitorado de centro e de direita, com correspondente radicalização do discurso, tem estreitado as margens de manobra dos dois maiores partidos de oposição. A agressividade de um discurso tomado da direita ideológica produziu, em 2006, um fenômeno que deve se repetir em 2010. É esse discurso que, em ano eleitoral, têm trazido os movimentos sociais que atuam à esquerda do PT - e que beberam da mesma fonte no passado - de volta à sua órbita.
No primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), houve um gradativo afastamento de setores sociais que, na origem petista, eram a militância mais aguerrida do partido. Era ininteligível para os movimentos um acordo de governo tão amplo que abrigava interesses do mercado financeiro e do agronegócio, ao mesmo tempo em que investia em programas sociais de transferência de renda, no microcrédito e no apoio à agricultura familiar. Quando o Bolsa Família começou a produzir, de fato, efeitos de distribuição de riqueza, os movimentos sociais viram-se com um grande abacaxi nas mãos. Não era possível se contrapor a um programa de complementação de renda, que atacava cidadãos expostos à miséria absoluta, mas, se o Bolsa Família produzia o efeito de tirar os miseráveis da órbita de influência da política tradicional, tinha também um efeito desmobilizador na base desses movimentos. A luta reivindicatória, que se iniciava pela educação para a cidadania, também foi neutralizada.
O episódio do chamado mensalão, em 2005, levou o PT e os movimentos sociais ao quase rompimento. Do lado institucional, houve o racha do PSOL. Quando os dissidentes saíram, em meio a um Fórum Social Mundial, a impressão que se tinha era a de que levariam consigo boa parte da esquerda do PT, além da militância ligada à igreja progressista e que foi responsável pela capilarização do partido, na sua origem. A ação da oposição legislativa, amplificada e em processo de retroalimentação com a mídia, acabou revertendo esse processo. O PSOL ficou pequeno. Os movimentos sociais tomaram rumo próprio, sem a ligação umbilical que tinha com o PT na origem do partido, mas evitaram um confronto direto com o governo. A maior parte da esquerda petista permaneceu. O clima pré-64 preservou os quadros de esquerda do PT e impediu uma ofensiva dos movimentos sociais mais à esquerda contra o governo Lula. Nas vésperas das eleições de 2010, os movimentos sociais se alinharam a Lula, por duas razões. Primeiro, porque não tinham condições de se contrapor às suas bases, seduzidas pelos programas de transferência de renda e com alto grau de satisfação com o governo. Mais do que isso: é uma população atraída pelo carisma do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e é muito difícil andar na contramão de um líder carismático cujo governo, ao fim e ao cabo, produz satisfatórios resultados sociais. Por fim, por medo de uma radicalização à direita que comprometesse os avanços que tinham ocorrido no governo Lula. O maior temor do Movimento Sem Terra em 2006, por exemplo, era a hipótese de vitória de um governo tucano, que no período FHC havia assumido uma política radical de criminalização do movimento.
Para as esquerdas e os movimentos sociais, o retorno à órbita de influência do PT, em 2006, foi algo como "ruim com Lula, pior sem ele". De lá para cá, o processo de direitização do PSDB e do DEM se acelerou e os resultados do governo na promoção da distribuição de renda tornaram-se mais claros. Às vésperas das eleições, a reincorporação das esquerdas e dos movimentos sociais à órbita petista ocorre novamente. Se o discurso neo-udenista da oposição teve o efeito, nos setores conservadores, de acirrar o antipetismo, em setores progressistas teve o efeito colateral de tornar mais acirrado o antitucanismo e o antidemismo.
A estabilidade do segundo governo de um presidente que foi ameaçado de impeachment no primeiro mandato não é, portanto, um produto exclusivo de seu carisma. Ao mesmo tempo em que o governo incorporava ao mercado de consumo enormes levas de excluídos - e alienados - brasileiros, Lula e o PT reincorporavam movimentos sociais que haviam se descolado ao longo dos primeiros anos do primeiro mandato.
A aritmética desse processo político se expressa nos resultados das últimas pesquisas de opinião, amplamente favoráveis à candidata do PT à sucessão de Lula, a ex-ministra Dilma Rousseff. O discurso udenista estreitou o espectro político da oposição, ao mesmo tempo em que provocou uma reunificação numa esquerda divida por um governo excessivamente amplo, que contemplou interesses muito diversos aos defendidos originalmente pelo PT. O partido de Lula, que desde a derrota de 1998 ampliou o seu discurso em direção também ao centro ideológico, acabou sendo avalizado pelos próprios setores conservadores por cumprir as promessas de campanha feitas com a espada do mercado financeiro no pescoço. Não houve quebra de contrato.
Não é uma situação fácil para um candidato oposicionista. Em especial porque o primeiro governo de Lula, marcado por políticas econômicas ortodoxas, rachou também uma base de apoio que era originalmente tucana. O candidato do PSDB, José Serra, não pode acenar com mudanças nem à direita, nem à esquerda - à direita, afugenta a base tradicional tucana; à esquerda, provoca efeito de aproximação maior da base tradicional da esquerda com o PT.
Enquanto, pelo menos em período eleitoral, o PT consegue reunir sua antiga militância, o PSDB, ao se aproximar do discurso do DEM, tem perdido a sua. Alguns setores intelectuais de perfil social-democrata que estiveram na origem do partido até embarcam no discurso antipetista, principalmente em São Paulo, onde há uma polarização que está se tornando histórica, mas dificilmente se incorporam novamente à militância, ou voltam a ser quadros partidários.
Maria Inês Nassif é repórter especial de Política. Escreve às quintas-feiras
E-mail: maria.inesnassif@valor.com.br
domingo, 15 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Institutos de pesquisa alertam que Dilma pode vencer no primeiro turno
Da Carta Capital
Pesquisadores concordes
Mauricio Dias
Carlos Augusto Montenegro (foto), presidente do instituto de pesquisa Ibope, impressiona-se com a diminuição da vantagem de Serra em São Paulo. Leia a análise feita pelo colunista Maurício Dias das pesquisas que apontam para uma possibilidade real de Dilma vencer no primeiro turno. Foto: Agliberto Lima/AE
Os três mais importantes institutos de pesquisa do País acertaram os ponteiros: Dilma Rousseff está à frente na corrida presidencial e, mais que isso, projeta a possibili-dade- de resolver a eleição já no primeiro turno.
Nas últimas duas semanas, a intenção de voto projetada pelo Vox Populi, Ibope e Sensus indica o crescimento da candidata do PT e, por outro lado, mostra a estagnação ou queda nos índices do candidato do PSDB.
A pergunta, então, irrompe contra as vontades estabelecidas: a eleição pode mesmo terminar no primeiro turno com a vitória de Dilma?
O colunista conversou com João Francisco Meira, do Vox Populi, Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, e Ricardo Guedes, do Sensus. Todos responderam “sim”, com maior ou menor ênfase.
Em março, durante reunião da Associação Brasileira de Pesquisas, Meira abalou a estabilidade bem comportada da reunião e anunciou que vários fatores projetavam a possibilidade de a candidata do PT se eleger no primeiro turno.
Ele agora consolida a posição: “Dilma pode ganhar no primeiro turno. Os fatores que informam a decisão do eleitor a favorecem amplamente. Eles existem há longo tempo e estão se consolidando de tal maneira que somente uma mudança radical alteraria isso. São cinco esses fatores: a satisfação da sociedade com a situação econômica; a satisfação com o governo; a admiração pelo presidente da República; a identidade partidária; e o tempo de antena, ou seja, a influência do rádio e da televisão na campanha eleitoral.
Para ele, o favoritismo de Dilma tirou até mesmo a competitividade da eleição.
Carlos Augusto Montenegro, do Ibope, fala abertamente, pela primeira vez, sobre a possibilidade de a eleição ser decidida em um turno só e a favor de Dilma.
“A eleição pode terminar no primeiro turno. Mas essa resposta só pode ser dada com mais segurança duas semanas após o início do horário eleitoral. Os programas de rádio e televisão, além dos debates, com a repercussão que geram, podem provocar mudanças.
A possibilidade de Dilma vencer no primeiro turno existe. Ela está com todos os indicadores em alta e os resultados de intenção de voto nela no Sudeste são fundamentais para isso.
A virada em Minas, onde ela passou a ter 10 pontos de frente; a diferença de 19 pontos que abriu no Rio e, finalmente, a redução da vantagem que Serra tinha em São Paulo, que já foi de 25 pontos e hoje é de 11 pontos. “Isso pode determinar a vitória dela já no primeiro turno”, afirma Montenegro.
Ricardo Guedes, que divulgou nova pesquisa com Dilma 10 pontos à frente de Serra, diz que a hipótese de a petista vencer no primeiro turno “não pode mais ser desconsiderada”.
Guedes aponta um número fortíssimo da pesquisa nessa direção: ela tem 48,5% dos votos válidos. Muito próximo dos 50% (mais 1 voto) que decretariam a vitória no primeiro turno.
O representante do Sensus não acredita que o rádio e a televisão possam alterar essa tendência. Ao contrário, considera que o horário eleitoral aumentará a possibilidade de Dilma. E explica a razão: “O que hoje os eleitores do Sul e do Norte, do Leste, Oeste e Centro-Oeste conhecem em parte eles conhecerão na totalidade. Eu me refiro aos feitos de uma administração com aprovação extremamente elevada”.
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Grande mídia está assassinando a liberdade de expressão
5 de agosto de 2010 às 11:11
Venício Lima: O efeito “silenciador” da grande mídia
Liberdade de expressão: o “efeito silenciador” da grande mídiaVenício Lima, na Carta Maior
Desde a convocação da 1ª. Conferência Nacional de Comunicação (CONFECOM), em abril de 2009, os grandes grupos de mídia e seus aliados decidiram intensificar a estratégia de oposição ao governo e aos partidos que lhe dão sustentação. Nessa estratégia – assumida pela presidente da ANJ e superintendente do grupo Folha – um dos pontos consiste em alardear publicamente que o país vive sob ameaça constante de volta à censura e de que a liberdade de expressão [e, sem mais, a liberdade da imprensa] corre sério risco.
Além da satanização da própria CONFECOM, são exemplos recentes dessa estratégia, a violenta resistência ao PNDH3 e o carnaval feito em torno da primeira proposta de programa de governo entregue ao TSE pela candidata Dilma Roussef (vide, por exemplo, a capa, o editorial e a matéria interna da revista Veja, edição n. 2173).
A liberdade – o eterno tema de combate do liberalismo clássico – está na centro da “batalha das idéias” que se trava no dia-a-dia, através da grande mídia, e se transformou em poderoso instrumento de campanha eleitoral. Às vezes, parece até mesmo que voltamos, no Brasil, aos superados tempos da “guerra fria”.
O efeito silenciador
Neste contexto, é oportuna e apropriada a releitura de “A Ironia da Liberdade de Expressão” (Editora Renovar, 2005), pequeno e magistral livro escrito pelo professor de Yale, Owen Fiss, um dos mais importantes e reconhecidos especialistas em “Primeira Emenda” dos Estados Unidos.
Fiss introduz o conceito de “efeito silenciador” quando discute que, ao contrário do que apregoam os liberais clássicos, o Estado não é um inimigo natural da liberdade. O Estado pode ser uma fonte de liberdade, por exemplo, quando promove “a robustez do debate público em circunstâncias nas quais poderes fora do Estado estão inibindo o discurso. Ele pode ter que alocar recursos públicos – distribuir megafones – para aqueles cujas vozes não seriam escutadas na praça pública de outra maneira. Ele pode até mesmo ter que silenciar as vozes de alguns para ouvir as vozes dos outros. Algumas vezes não há outra forma” (p. 30).
Fiss usa como exemplo os discursos de incitação ao ódio, a pornografia e os gastos ilimitados nas campanhas eleitorais. As vítimas do ódio têm sua auto-estima destroçada; as mulheres se transformam em objetos sexuais e os “menos prósperos” ficam em desvantagem na arena política.
Em todos esses casos, “o efeito silenciador vem do próprio discurso”, isto é, “a agência que ameaça o discurso não é Estado”. Cabe, portanto, ao Estado promover e garantir o debate aberto e integral e assegurar “que o público ouça a todos que deveria”, ou ainda, garanta a democracia exigindo “que o discurso dos poderosos não soterre ou comprometa o discurso dos menos poderosos”.
Especificamente no caso da liberdade de expressão, existem situações em que o “remédio” liberal clássico de mais discurso, ao invés da regulação do Estado, simplesmente não funciona. Aqueles que supostamente poderiam responder ao discurso dominante não têm acesso às formas de fazê-lo (pp. 47-48).
Creio que o exemplo emblemático dessa última situação é o acesso ao debate público nas sociedades onde ele (ainda) é controlado pelos grandes grupos de mídia.
Censura disfarçada
A liberdade de expressão individual tem como fim assegurar um debate público democrático onde, como diz Fiss, todas as vozes sejam ouvidas.
Ao usar como estratégia de oposição política o bordão da ameaça constante de volta à censura e de que a liberdade de expressão corre risco, os grandes grupos de mídia transformam a liberdade de expressão num fim em si mesmo. Ademais, escamoteiam a realidade de que, no Brasil, o debate público não só [ainda] é pautado pela grande mídia como uma imensa maioria da população a ele não tem acesso e é dele historicamente excluída.
Nossa imprensa tardia se desenvolveu nos marcos do de um “liberalismo antidemocrático” no qual as normas e procedimentos relativos a outorgas e renovações de concessões de radiodifusão são responsáveis pela concentração da propriedade nas mãos de tradicionais oligarquias políticas regionais e locais (nunca tivemos qualquer restrição efetiva à propriedade cruzada), e impedem a efetiva pluralidade e diversidade nos meios de comunicação.
A interdição do debate verdadeiramente público de questões relativas à democratização das comunicações pelos grupos dominantes de mídia, na prática, funciona como uma censura disfarçada.
Este é o “efeito silenciador” que o discurso da grande mídia provoca exatamente em relação à liberdade de expressão que ela simula defender.
Venício A. de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de Liberdade de Expressão vs. Liberdade de Imprensa – Direito à Comunicação e Democracia, Publisher, 2010.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Serra é contra os trabalhadores
Serra: impostura e golpe contra os trabalhadores
O candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa, nem outra. Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo, sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores. A mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano.
A verdade
Seguro-Desemprego - Foi criado pelo decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. Sua regulamentação ocorreu em 30 de abril daquele ano, através do decreto nº 92.608, passando a ser concedido imediatamente aos trabalhadores.
FAT – Foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). Um ano depois Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº 2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto de Jorge Uequed já havia sido aprovado.
Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988) - José Serra votou contra os trabalhadores:
a) Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo;
c) não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário;
d) não votou para garantir 30 dias de aviso prévio;
e) não votou pelo aviso prévio proporcional;
f) não votou pela estabilidade do dirigente sindical;
g) não votou pelo direito de greve;
h) não votou pela licença paternidade;
i) não votou pela nacionalização das reservas minerais.
Por isso, o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), órgão de assessoria dos trabalhadores, deu nota 3,75 para o desempenho de Serra na Constituinte.
Revisão Constitucional (1994) - Serra apresentou a proposta nº 16.643, para permitir a proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir com qual sindicato pretendia negociar. Ainda por essa proposta, os sindicatos deixariam de ser das categorias, mas apenas dos seus representados. O objetivo era óbvio: dividir e enfraquecer os trabalhadores e propiciar o lucro fácil das empresas. Os trabalhadores enfrentaram e derrotaram os ataques de Serra contra a sua organização, garantindo a manutenção de seus direitos previstos no artigo 8º da Constituição.
É por essas e outras que Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogênio os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo.
As Centrais Sindicais brasileiras estão unidas em torno de programa de desenvolvimento nacional aprovado na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em 1º de junho, com mais de 25 mil lideranças sindicais, contra o retrocesso e para garantir a continuidade do projeto que possibilitou o aumento real de 54% do salário mínimo nos últimos sete anos, a geração de 12 milhões de novos empregos com carteira assinada, que acabou com as privatizações, que descobriu o pré-sal e tirou mais de 30 milhões de brasileiros da rua da amargura.
O candidato José Serra (PSDB) tem se apresentado como um benemérito dos trabalhadores, divulgando inclusive que é o responsável pela criação do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e por tirar do papel o Seguro-Desemprego. Não fez nenhuma coisa, nem outra. Aliás, tanto no Congresso Nacional quanto no governo, sua marca registrada foi atuar contra os trabalhadores. A mentira tem perna curta e os fatos desmascaram o tucano.
A verdade
Seguro-Desemprego - Foi criado pelo decreto presidencial nº 2.284, de 10 de março de 1986, assinado pelo então presidente José Sarney. Sua regulamentação ocorreu em 30 de abril daquele ano, através do decreto nº 92.608, passando a ser concedido imediatamente aos trabalhadores.
FAT – Foi criado pelo Projeto de Lei nº 991, de 1988, de autoria do deputado Jorge Uequed (PMDB-RS). Um ano depois Serra apresentou um projeto sobre o FAT (nº 2.250/1989), que foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados, na sessão de 13 de dezembro de 1989, uma vez que o projeto de Jorge Uequed já havia sido aprovado.
Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988) - José Serra votou contra os trabalhadores:
a) Serra não votou pela redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) não votou pela garantia de aumento real do salário mínimo;
c) não votou pelo abono de férias de 1/3 do salário;
d) não votou para garantir 30 dias de aviso prévio;
e) não votou pelo aviso prévio proporcional;
f) não votou pela estabilidade do dirigente sindical;
g) não votou pelo direito de greve;
h) não votou pela licença paternidade;
i) não votou pela nacionalização das reservas minerais.
Por isso, o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), órgão de assessoria dos trabalhadores, deu nota 3,75 para o desempenho de Serra na Constituinte.
Revisão Constitucional (1994) - Serra apresentou a proposta nº 16.643, para permitir a proliferação de vários sindicatos por empresa, cabendo ao patrão decidir com qual sindicato pretendia negociar. Ainda por essa proposta, os sindicatos deixariam de ser das categorias, mas apenas dos seus representados. O objetivo era óbvio: dividir e enfraquecer os trabalhadores e propiciar o lucro fácil das empresas. Os trabalhadores enfrentaram e derrotaram os ataques de Serra contra a sua organização, garantindo a manutenção de seus direitos previstos no artigo 8º da Constituição.
É por essas e outras que Serra, enquanto governador de São Paulo, reprimiu a borrachadas e gás lacrimogênio os professores que estavam reivindicando melhores salários; jogou a tropa de choque contra a manifestação de policiais civis que reivindicavam aumento de salário, o menor salário do Brasil na categoria; arrochou o salário de todos os servidores públicos do Estado de São Paulo.
As Centrais Sindicais brasileiras estão unidas em torno de programa de desenvolvimento nacional aprovado na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, em 1º de junho, com mais de 25 mil lideranças sindicais, contra o retrocesso e para garantir a continuidade do projeto que possibilitou o aumento real de 54% do salário mínimo nos últimos sete anos, a geração de 12 milhões de novos empregos com carteira assinada, que acabou com as privatizações, que descobriu o pré-sal e tirou mais de 30 milhões de brasileiros da rua da amargura.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Dilma já passou Serra
Os institutos oficiais escondem as informações. Mas a verdade é que Dilma já passou Serra. O ex-governador paulista anda meio desesperado e não consegue esconder a sua angústia. Atira para todos os lados. Agora resolveu posicionar-se bem à direita e elogia o governo Uribe na Colômbia, que levou a guerrilha local a um impasse. Não cresceu e nem foi derrotada.
A pergunta que fica é: será que foi Uribe quem derrotou a guerrilha ou este tipo de ação - a luta armada - é uma coisa anacrônica na América latina de hoje?
Acho que a segunda hipótese seja a mais provável. Não foi Uribe quem derrotou a guerrilha. Ela foi derrotada pelas próprias contradições de um modo de fazer política que não cabe mais no continente.
Se as guerrilhas Colombianas fizessem um acordo para deposição das armas e partipação na política democrática, não tenho dúvidas de que rapidamente a direita seria derrotada na Colômbia - pela força dos votos.
Então Serra fala bobagens de uma pessoa desesperada e se afasta da racionalidade, que poderia contribuir para avançar a consciência política no Brasil e na América Latina. Mas a fome de poder o afasta desse propósito e a cada dia ele fica mais distante daquele economista progressista que deu aulas na CEPAL. Ele vai se parecendo cada vez mais com Fernando Henrique Cardoso, que um dia pediu para esquecerem do que ele escreveu. Tal pai tal filho.
A pergunta que fica é: será que foi Uribe quem derrotou a guerrilha ou este tipo de ação - a luta armada - é uma coisa anacrônica na América latina de hoje?
Acho que a segunda hipótese seja a mais provável. Não foi Uribe quem derrotou a guerrilha. Ela foi derrotada pelas próprias contradições de um modo de fazer política que não cabe mais no continente.
Se as guerrilhas Colombianas fizessem um acordo para deposição das armas e partipação na política democrática, não tenho dúvidas de que rapidamente a direita seria derrotada na Colômbia - pela força dos votos.
Então Serra fala bobagens de uma pessoa desesperada e se afasta da racionalidade, que poderia contribuir para avançar a consciência política no Brasil e na América Latina. Mas a fome de poder o afasta desse propósito e a cada dia ele fica mais distante daquele economista progressista que deu aulas na CEPAL. Ele vai se parecendo cada vez mais com Fernando Henrique Cardoso, que um dia pediu para esquecerem do que ele escreveu. Tal pai tal filho.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Serra desesperado
Serra entrou em desespero. Agora deu pra atacar gratuitamente o presidente da Bolívia, Evo Morales, e falar de um dossiê. Os tucanos possuem um notável complexo de perseguição. Serra transformou uma ação de defesa do comitê da Dilma, de onde estavam vazando informações em um ataque contra eles.
Acho que já perceberam que vão perder a eleição, assim já estão criando factóides para tentar um segundo turno na justiça - sim, porque Dilma pelo jeito ganha de primeira, não vai ter jogo de volta.
Acho que já perceberam que vão perder a eleição, assim já estão criando factóides para tentar um segundo turno na justiça - sim, porque Dilma pelo jeito ganha de primeira, não vai ter jogo de volta.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
O que o mundo pensa de Lula
Le Monde:
É Lula pra cá, Brasil pra lá! O mundo se agita com as declarações do presidente brasileiro e com as façanhas não somente futebolísticas de seus compatriotas.
Vimos Luiz Inácio Lula da Silva repreendendo a Alemanha por sua hesitação em salvar a Grécia, e oferecendo sua mediação no conflito entre Israel e Palestina.
Vimo-lo tentando, junto com os turcos, arrefecer a questão nuclear iraniana, e apoiar os argentinos em seu conflito contra os britânicos a respeito das Ilhas Malvinas e seu petróleo.
Mas “o homem mais popular do mundo”, segundo Barack Obama, não se apoia somente em seu carisma para falar em alto e bom som. Ele representa um Brasil em plena forma que, após uma depressão causada pela crise, segue de perto a China e a Índia em termos de crescimento.
A Petrobras, grupo petrolífero que é a empresa mais lucrativa da América Latina, a Vale, líder mundial do ferro, a Embraer, que poderá muito bem superar a Boeing e a Airbus em breve no setor de aviação, são apenas alguns dos orgulhos de uma economia industrial de primeira ordem.
No setor agrícola o crescimento é comparável, e valeu ao Brasil o título de “celeiro do mundo”. Soja, açúcar, etanol, café, frutas, algodão, frango, etc. fazem dele um concorrente temível para os produtores europeus.
Foi em 2008 que o Brasil se deu conta de suas capacidades econômicas. Até então, ele negociava com a Organização Mundial do Comércio, mas de maneira um tanto tímida. A crise que veio dos Estados Unidos e o colapso da produção industrial dos chamados países desenvolvidos o persuadiram de que era hora de partir para a ofensiva.
Agora é o Brasil, representado de forma brilhante por seu ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que mais pressiona por uma conclusão das negociações da Rodada Doha. Em comparação, os Estados Unidos parecem presos em um protecionismo de outros tempos.
Menos temido que a China ou a Índia, de populações na casa dos bilhões, mais respeitado que uma Rússia dependente de suas matérias-primas, o Brasil é o verdadeiro porta-voz dessas economias emergentes que puxam o crescimento mundial. Com o eixo econômico do mundo se deslocando para o Sul, ele pode com razão exigir que aqueles que estão substituindo os países do Norte sejam mais bem representados nas instâncias internacionais, a começar pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Sem esquecer o Conselho de Segurança da ONU, no qual o Brasil almeja uma cadeira de membro permanente.
Porque “o século 21 será o século dos países que não tiveram sua chance”, e por ele acreditar estar “na metade de [sua] carreira política”, Lula, 65, poderá se candidatar ao secretariado geral da ONU em 2012. Ele também deverá lutar para melhorar o G20, cuja influência ele considera “muito pequena”.
Continuaremos a ouvir falar do ex-metalúrgico, amigo das favelas e dos investidores. Continuaremos a ouvir falar de um Brasil no despontar de seus “trinta anos gloriosos”.
É Lula pra cá, Brasil pra lá! O mundo se agita com as declarações do presidente brasileiro e com as façanhas não somente futebolísticas de seus compatriotas.
Vimos Luiz Inácio Lula da Silva repreendendo a Alemanha por sua hesitação em salvar a Grécia, e oferecendo sua mediação no conflito entre Israel e Palestina.
Vimo-lo tentando, junto com os turcos, arrefecer a questão nuclear iraniana, e apoiar os argentinos em seu conflito contra os britânicos a respeito das Ilhas Malvinas e seu petróleo.
Mas “o homem mais popular do mundo”, segundo Barack Obama, não se apoia somente em seu carisma para falar em alto e bom som. Ele representa um Brasil em plena forma que, após uma depressão causada pela crise, segue de perto a China e a Índia em termos de crescimento.
A Petrobras, grupo petrolífero que é a empresa mais lucrativa da América Latina, a Vale, líder mundial do ferro, a Embraer, que poderá muito bem superar a Boeing e a Airbus em breve no setor de aviação, são apenas alguns dos orgulhos de uma economia industrial de primeira ordem.
No setor agrícola o crescimento é comparável, e valeu ao Brasil o título de “celeiro do mundo”. Soja, açúcar, etanol, café, frutas, algodão, frango, etc. fazem dele um concorrente temível para os produtores europeus.
Leia também:
- O Brasil tenta controlar o aumento do seu crescimento econômico
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Agora é o Brasil, representado de forma brilhante por seu ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que mais pressiona por uma conclusão das negociações da Rodada Doha. Em comparação, os Estados Unidos parecem presos em um protecionismo de outros tempos.
Menos temido que a China ou a Índia, de populações na casa dos bilhões, mais respeitado que uma Rússia dependente de suas matérias-primas, o Brasil é o verdadeiro porta-voz dessas economias emergentes que puxam o crescimento mundial. Com o eixo econômico do mundo se deslocando para o Sul, ele pode com razão exigir que aqueles que estão substituindo os países do Norte sejam mais bem representados nas instâncias internacionais, a começar pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Sem esquecer o Conselho de Segurança da ONU, no qual o Brasil almeja uma cadeira de membro permanente.
Porque “o século 21 será o século dos países que não tiveram sua chance”, e por ele acreditar estar “na metade de [sua] carreira política”, Lula, 65, poderá se candidatar ao secretariado geral da ONU em 2012. Ele também deverá lutar para melhorar o G20, cuja influência ele considera “muito pequena”.
Continuaremos a ouvir falar do ex-metalúrgico, amigo das favelas e dos investidores. Continuaremos a ouvir falar de um Brasil no despontar de seus “trinta anos gloriosos”.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Obana don´t give peace a chance.
Obama não quis dar uma chance à paz. Preferiu manter a velha política externa arcaica norte-americana do "grande porrete" ou a diplomacia das canhoneiras, uma característica do velho imperialismo criado pelas potências européias, herdado depois da segunda guerra pelos Estados Unidos. É o mesmo tipo de imperialismo que levou a Inglaterra à Guerra do Ópio, contra a China, no século XIX.
Isso leva Lula e os dirigentes dos países emergentes e em desenvolvimento a desconfiar do presidente estadunidense, que segundo eles diz uma coisa e faz outra.
De fato, Obama surgiu como uma esperança de mudança para milhões de pessoas, no seu país e no mundo, mas hoje ninguém tem dúvidas de que ele é um engodo. As mudanças que prometeu fazer nos Estados Unidos acontecem atrofiadas, com um alcance muito menos do que o esperado.
Alguns dizem que o presidente dos Estados Unidos se rendeu ao poder da elite econômica do seu país e hoje é um eunuco político. Outros supõem que ele nunca pretendeu mudar com sinceridade, não passando de mais uma cria do sistema industrial\financeiro\militar que domina seu país.
Ambas as possibilidades denunciam a deformação da democracia mais antiga do mundo, que é profundamente distorcida pelo poder dos que possuem muito dinheiro. A democracia norte-americana existe nas cidades, nos condados e eventualmente nos pequenos estados, sendo atrofiada á medida em que sobe aos escalões mais altos do poder.
Friedman, no seu recente livro "Quente, plano e populoso", denuncia como uma das causas do declínio americano a corrosão da democracia estadunidense. para ele, os eleitores votam, depois vão cuidar das suas vidas, enquanto os lobyes vão cuidar dos seus interesses nos corredores do poder, no congresso e na Casa Branca.
Isso leva Lula e os dirigentes dos países emergentes e em desenvolvimento a desconfiar do presidente estadunidense, que segundo eles diz uma coisa e faz outra.
De fato, Obama surgiu como uma esperança de mudança para milhões de pessoas, no seu país e no mundo, mas hoje ninguém tem dúvidas de que ele é um engodo. As mudanças que prometeu fazer nos Estados Unidos acontecem atrofiadas, com um alcance muito menos do que o esperado.
Alguns dizem que o presidente dos Estados Unidos se rendeu ao poder da elite econômica do seu país e hoje é um eunuco político. Outros supõem que ele nunca pretendeu mudar com sinceridade, não passando de mais uma cria do sistema industrial\financeiro\militar que domina seu país.
Ambas as possibilidades denunciam a deformação da democracia mais antiga do mundo, que é profundamente distorcida pelo poder dos que possuem muito dinheiro. A democracia norte-americana existe nas cidades, nos condados e eventualmente nos pequenos estados, sendo atrofiada á medida em que sobe aos escalões mais altos do poder.
Friedman, no seu recente livro "Quente, plano e populoso", denuncia como uma das causas do declínio americano a corrosão da democracia estadunidense. para ele, os eleitores votam, depois vão cuidar das suas vidas, enquanto os lobyes vão cuidar dos seus interesses nos corredores do poder, no congresso e na Casa Branca.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
Ação e reação
O Brasil jogou limpo nd Diplomacia, Pela Paz, O Que É Diferente da Hipócrita Diplomacia das "potências" ocidentais, fingem negociar Que, Fazer Para a guerra. O Iraque e Uma Lembrança triste disso. Mentiram Sobre as Armas de destruição em massa, inslar n Tropas Toda desestabilizam Que uma Região.
A discussão Sobre o secundário, Que reconheço Que me precipitei e errei, Apenas servir o principal parágrafo camuflar, Que É uma das Intenção colonial os tais "potencias", NA Verdade Que Não Querem de fato contribuir n. O avanço da democracia Irã não. Quantaz Vezes uma gente VIU UM história nd Governo autoritário conseguir Legitimidade Alguma, contra Uma agressão externa. Lembram da Argentina Malvinas NAS? Em hum primeiro momento, OS generais conseguiram o Apoio popular, Que se esvaiu com uma Derrota. Se o Irã para a paz em deixado, Seu Próprio povo ira fortalecer A SUA democracia, Levando líderes Mais esclarecidos Poder AO. Não é fácil, o Caminho Será Cheio de Armadilhas, Mas sem ressentimentos SO UM Por gerados permanente estado de Tensão e de ameaças, Aquele grande País encontrará o Seu Caminho.
O Mesmo pode-se Dizer dos demais Países Arabes e islâmicos. DEPOIS de anos de colonialismo disfarçado OU direto, Aquela civilização (Que Já Foi Mais uma brilhante do Mundo e Foi Responsável Pela Preservação do Conhecimento Clássico) desenvolveu UM imenso grau de desconfiança e ressentimento contra OS Interesses "ocidentais". Fredman, não Interessante Seu livro, "Os Próximos 100 anos", revela Que EXISTE Uma Intenção deliberada da Política externa norte-americana de manter uma Política instabilidade nenhuma Médio Oriente, parágrafo facilitar o controle das fontes de Energia da Região. Foi essa política internacional herdada do colonialismo inglêsI, Que Até o final da era Segunda Guerra Mundial uma Potência dominar Naquela área do globo.
A Instalação do Estado de Israel Na região, da forma como foi Feita, com uma súbita e Ocupação de terras Violenta das Populações Nueva Palestina Viviam Que nenhum local Aumentou o ressentimento dos muçulmanos contra os "ocidentais". Essa sensação Foi Uma aprofundada em guerra semi-colonial movida Pela Inglaterra e França, contra o Egito, em 1956, com Apoio de Israel, parágrafo obter o controle do Canal de Suez. Foi a partir desse ato de pirataria, duramente criticado, inclusive Maiores Pelas potencias da época, EUA e União Sovietica, Que o nacionalismo árabe comecou anti-ocidental uma Crescer. Contribuiu parágrafo isso uma benevolência dos ESTADOS UNIDOS, Atuou para quê interromper o Ataque Anglo-Francês, Mas DEPOIS SE COM OS condescendente Mostrou Europeus Dois Países e Israel. O resultado foi o Crescimento do nacionalismo árabe, Que Não tinha, na época, Islâmica de coloração, e do anti-ocidentalismo. Isso Levou AO Crescimento da Influencia Sovietica Na região, Que Chegou principalmente na forma de Armas Para os exércitos do Egito e da Síria, como assim da Argélia e Iraque.
A principal base norte-americana da Região Passou um IRA o SER, governado com Mão de Ferro Pela Dinastia Pahlavi. Em 1953, Por Iniciativa do então Primeiro Ministro Mohammed Mossadeghv, o País OS nacionalizar Tentou Ativos da Companhia de Óleo Anglo-Americana, principal Fonte de reursos do IRA. A CIA articulou Mossadeghv UM golpe contra, Que Foi deposto e preso. A partir de então o Xá Mohammad Reza Pahlavi Passou um País com o governador Poderes ditatoriais e Mão de ferro. Qualquer perseguida era OPOSIÇÃO, fossem Comunistas, Democratas Religiosos ou. A insustentável Ficou situação, sem final de década de 70, comeu Que em 1979, como Oposições se uniram AO clero xiita, ramo de islamismo seguido maioria da População, parágrafo derrubar uma Monarquia.
A civilização da Explosão das Tensões sociais contidas Pela Força, Durante décadas, provocou Uma série de exageros do Ponto de vista da democracia e, Como um Ocupação da Embaixada noste-americana. Mas, e importante ressaltar que Imediatamente após deposição do Xá, OS ESTADOS retiveram Unidos Bens de Propriedade iraniana. No final, o impasse Foi resolvido com uma Libertação dos reféns nd Embaixada em Troca da Liberação dos Bens retidos Pelo Governo norte-americano.
Na seqüência, logo no ano seguinte, em 1980, o País invadido Foi Pelo Iraque, Que Na época estava alinhado com o ocidente. Sob o BOMBARDEIO de Armas ocidentais, o povo inaniano Considerou Que Mais Aquela era Uma agressão dos Países do ocidente, Sendo o Iraque Titere Apenas UM. Certamente isso n contribuiram como Frequentes Viagens de Autoridades norte-americanas AO Iraque Durante a guerra Que tão Terminou em 1988, DEPOIS Quase Fazer Vítimas de 800 mil.
Durante todo esse período, o Irã Ainda TeVe Que hum enfrentar Bloqueio econômico Imposto Por Iniciativa DOS ESTADOS UNIDOS, O Que provocou mortes Por Falta de Alimento e remédios, inclusive de milhares de Crianças. O brloqueio rompido Acabou assim, nenhum episódio conhecido Como Irã-Contras, Quando um CIA patrocinou a venda de Armas e Outros Bens Para o País, com o Objetivo de Financiar OS guerrilheiros lutavam contra o Que nd Governo sandinista da Nicarágua.
Todos Esses fatos impediram UM prosseguimento natural do Processo Político sem IRA. Nem mesmo, QUANDO UM Líder religioso moderado Foi eleito Para a presidencia, Ali Hashemi Rafsanjani, como "potências" ocidentais dram tregua AO País, boa parte Que o Levou um duvidar da População das Propostas mais "" ligth, o propunham que "Diálogo das civilizações ". O resultado foi uma eleição do Linha dura Mahmoud Ahmadinejad, Líder populista um, com menor preparo do Rafsanjani que. Sua eleição representou retrocesso claro um, Mas foi o reflexo de Pressão Uma extrema Por parte dos países "ocidentais", um soluço Liderança norte-americana.
O Que Querem Pessoas como Bem de E Que deixem o povo iraniano Seguir o Caminho Seu. Com o tempo, hum povo Herdeiro de Uma história brilhante e milenar Sabera resolver OS SEUS Problemas próprios.
A discussão Sobre o secundário, Que reconheço Que me precipitei e errei, Apenas servir o principal parágrafo camuflar, Que É uma das Intenção colonial os tais "potencias", NA Verdade Que Não Querem de fato contribuir n. O avanço da democracia Irã não. Quantaz Vezes uma gente VIU UM história nd Governo autoritário conseguir Legitimidade Alguma, contra Uma agressão externa. Lembram da Argentina Malvinas NAS? Em hum primeiro momento, OS generais conseguiram o Apoio popular, Que se esvaiu com uma Derrota. Se o Irã para a paz em deixado, Seu Próprio povo ira fortalecer A SUA democracia, Levando líderes Mais esclarecidos Poder AO. Não é fácil, o Caminho Será Cheio de Armadilhas, Mas sem ressentimentos SO UM Por gerados permanente estado de Tensão e de ameaças, Aquele grande País encontrará o Seu Caminho.
O Mesmo pode-se Dizer dos demais Países Arabes e islâmicos. DEPOIS de anos de colonialismo disfarçado OU direto, Aquela civilização (Que Já Foi Mais uma brilhante do Mundo e Foi Responsável Pela Preservação do Conhecimento Clássico) desenvolveu UM imenso grau de desconfiança e ressentimento contra OS Interesses "ocidentais". Fredman, não Interessante Seu livro, "Os Próximos 100 anos", revela Que EXISTE Uma Intenção deliberada da Política externa norte-americana de manter uma Política instabilidade nenhuma Médio Oriente, parágrafo facilitar o controle das fontes de Energia da Região. Foi essa política internacional herdada do colonialismo inglêsI, Que Até o final da era Segunda Guerra Mundial uma Potência dominar Naquela área do globo.
A Instalação do Estado de Israel Na região, da forma como foi Feita, com uma súbita e Ocupação de terras Violenta das Populações Nueva Palestina Viviam Que nenhum local Aumentou o ressentimento dos muçulmanos contra os "ocidentais". Essa sensação Foi Uma aprofundada em guerra semi-colonial movida Pela Inglaterra e França, contra o Egito, em 1956, com Apoio de Israel, parágrafo obter o controle do Canal de Suez. Foi a partir desse ato de pirataria, duramente criticado, inclusive Maiores Pelas potencias da época, EUA e União Sovietica, Que o nacionalismo árabe comecou anti-ocidental uma Crescer. Contribuiu parágrafo isso uma benevolência dos ESTADOS UNIDOS, Atuou para quê interromper o Ataque Anglo-Francês, Mas DEPOIS SE COM OS condescendente Mostrou Europeus Dois Países e Israel. O resultado foi o Crescimento do nacionalismo árabe, Que Não tinha, na época, Islâmica de coloração, e do anti-ocidentalismo. Isso Levou AO Crescimento da Influencia Sovietica Na região, Que Chegou principalmente na forma de Armas Para os exércitos do Egito e da Síria, como assim da Argélia e Iraque.
A principal base norte-americana da Região Passou um IRA o SER, governado com Mão de Ferro Pela Dinastia Pahlavi. Em 1953, Por Iniciativa do então Primeiro Ministro Mohammed Mossadeghv, o País OS nacionalizar Tentou Ativos da Companhia de Óleo Anglo-Americana, principal Fonte de reursos do IRA. A CIA articulou Mossadeghv UM golpe contra, Que Foi deposto e preso. A partir de então o Xá Mohammad Reza Pahlavi Passou um País com o governador Poderes ditatoriais e Mão de ferro. Qualquer perseguida era OPOSIÇÃO, fossem Comunistas, Democratas Religiosos ou. A insustentável Ficou situação, sem final de década de 70, comeu Que em 1979, como Oposições se uniram AO clero xiita, ramo de islamismo seguido maioria da População, parágrafo derrubar uma Monarquia.
A civilização da Explosão das Tensões sociais contidas Pela Força, Durante décadas, provocou Uma série de exageros do Ponto de vista da democracia e, Como um Ocupação da Embaixada noste-americana. Mas, e importante ressaltar que Imediatamente após deposição do Xá, OS ESTADOS retiveram Unidos Bens de Propriedade iraniana. No final, o impasse Foi resolvido com uma Libertação dos reféns nd Embaixada em Troca da Liberação dos Bens retidos Pelo Governo norte-americano.
Na seqüência, logo no ano seguinte, em 1980, o País invadido Foi Pelo Iraque, Que Na época estava alinhado com o ocidente. Sob o BOMBARDEIO de Armas ocidentais, o povo inaniano Considerou Que Mais Aquela era Uma agressão dos Países do ocidente, Sendo o Iraque Titere Apenas UM. Certamente isso n contribuiram como Frequentes Viagens de Autoridades norte-americanas AO Iraque Durante a guerra Que tão Terminou em 1988, DEPOIS Quase Fazer Vítimas de 800 mil.
Durante todo esse período, o Irã Ainda TeVe Que hum enfrentar Bloqueio econômico Imposto Por Iniciativa DOS ESTADOS UNIDOS, O Que provocou mortes Por Falta de Alimento e remédios, inclusive de milhares de Crianças. O brloqueio rompido Acabou assim, nenhum episódio conhecido Como Irã-Contras, Quando um CIA patrocinou a venda de Armas e Outros Bens Para o País, com o Objetivo de Financiar OS guerrilheiros lutavam contra o Que nd Governo sandinista da Nicarágua.
Todos Esses fatos impediram UM prosseguimento natural do Processo Político sem IRA. Nem mesmo, QUANDO UM Líder religioso moderado Foi eleito Para a presidencia, Ali Hashemi Rafsanjani, como "potências" ocidentais dram tregua AO País, boa parte Que o Levou um duvidar da População das Propostas mais "" ligth, o propunham que "Diálogo das civilizações ". O resultado foi uma eleição do Linha dura Mahmoud Ahmadinejad, Líder populista um, com menor preparo do Rafsanjani que. Sua eleição representou retrocesso claro um, Mas foi o reflexo de Pressão Uma extrema Por parte dos países "ocidentais", um soluço Liderança norte-americana.
O Que Querem Pessoas como Bem de E Que deixem o povo iraniano Seguir o Caminho Seu. Com o tempo, hum povo Herdeiro de Uma história brilhante e milenar Sabera resolver OS SEUS Problemas próprios.
segunda-feira, 17 de maio de 2010
POR UM NOVO MUNDO
Há muito por trás das críticas dos países centrais (Estados unidos e União Européia) feitas ao acordo firmado entre Irã e a Turquia, que foi chancelado pelo Brasil. Estes países, que durante muito tempo comandaram os destinos do planeta através da força, ainda se consideram os “donos“ do mundo.
Entre os aspectos mais importantes do que está oculto na intenção das “potências” mundiais, há a tentativa de manter o monopólio nuclear. É bom lembrar o maior arsenal atômico utilizável dos dias atuais está em mãos desses países. Contando com os arsenais dos Estados Unidos, Inglaterra e França, há mais de seis mil ogivas nucleares prontas para disparo.
A Rússia tem um número semelhante de artefatos, mas dificilmente a maior parte deles está em boas condições, em função dos problemas políticos e econômicos que o país atravessou, depois da extinção da União Soviética. China, Índia e Paquistão não detêm mais do que umas trezentas ogivas e o outro país nuclear é Israel, que no jogo internacional joga no time da aliança Europa e Estados Unidos.
Mesmo que esses países sofram o declínio relativo das suas economias frente aos emergentes, eles poderão manter o seu poder mundial através da ameaça militar. Aliás, 90% do poder militar do mundo estão nas mãos da OTAN.
Esse panorama desequilibra o mundo. Coloca as outras nações em um estado de permanente ameaça, mesmo que na propaganda oficial os países centrais tentem se colocar como “responsáveis”, ou seja, paternalisticamente dizem ao resto do mundo que eles saberão usar bem o seu poder.
Trata-se de uma falácia, pois nunca o emprego de um artefato nuclear será uma ação responsável. Sempre será um crime, como foi quando os norte-americanos lançaram as duas bombas sobre o Japão. Dois atos criminosos contra a humanidade, que deveriam ser julgados por um tribunal internacional.
Portanto, o simples fato de armazenar armas nucleares demonstra a má fé dos seus proprietários e por si só já um crime contra a humanidade. Se houvesse responsabilidade desses países, eles seriam os primeiros sugerir acordos, fiscalizados por uma comissão de países independentes, inclusive do Conselho de Segurança da ONU, que, como todos sabem, é dominado pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial.
Sem o desarmamento, pressionar o Irã é hipocrisia. Na verdade é o alinhamento a intenções históricas da aliança que hoje domina o mundo e que pretende estabelecer alguns fatos irreversíveis no oriente médio: a hegemonia militar de Israel, a manutenção dos países árabes em um estado semi-colonial e o controle das principais fontes de petróleo do planeta.
Esse último propósito estratégico das potências centrais acende uma luz vermelha no horizonte estratégico do Brasil. Provavelmente os Estados Unidos já desenvolvem estratégias para controlar as ricas jazidas petrolíferas do pré-sal. Essa ameaça só estará afastada em longo prazo, se o Brasil e seus parceiros emergentes conseguirem criar uma nova ordem mundial multipolar e na qual o uso da força, por quem for, seja visto como um crime contra a humanidade.
A imprensa brasileira se posiciona, na sua maioria, contra a estratégia brasileira, que visa a paz e os acordos, porque as principais empresas brasileiras do setor são comandadas por capitalistas, que privilegiam seus lucros à qualquer idéia de projeto nacional. Para eles o que é importante é a sua conta bancária e não o Brasil se afirmar como um país capaz de oferecer bem estar e esperança para o seu povo.
Esta é a mesma razão que leva gente como Piñera, recém eleito no Chile, a se alinhar com a ordem mundial. Ele é acima de tudo um capitalista interessado em lucros. Para garantir o aumento de sua conta bancária, ele não terá dúvidas em governar para atrofiar as forças produtivas do seu país, se isso garantir o aumento de sua conta bancária.
Entre os aspectos mais importantes do que está oculto na intenção das “potências” mundiais, há a tentativa de manter o monopólio nuclear. É bom lembrar o maior arsenal atômico utilizável dos dias atuais está em mãos desses países. Contando com os arsenais dos Estados Unidos, Inglaterra e França, há mais de seis mil ogivas nucleares prontas para disparo.
A Rússia tem um número semelhante de artefatos, mas dificilmente a maior parte deles está em boas condições, em função dos problemas políticos e econômicos que o país atravessou, depois da extinção da União Soviética. China, Índia e Paquistão não detêm mais do que umas trezentas ogivas e o outro país nuclear é Israel, que no jogo internacional joga no time da aliança Europa e Estados Unidos.
Mesmo que esses países sofram o declínio relativo das suas economias frente aos emergentes, eles poderão manter o seu poder mundial através da ameaça militar. Aliás, 90% do poder militar do mundo estão nas mãos da OTAN.
Esse panorama desequilibra o mundo. Coloca as outras nações em um estado de permanente ameaça, mesmo que na propaganda oficial os países centrais tentem se colocar como “responsáveis”, ou seja, paternalisticamente dizem ao resto do mundo que eles saberão usar bem o seu poder.
Trata-se de uma falácia, pois nunca o emprego de um artefato nuclear será uma ação responsável. Sempre será um crime, como foi quando os norte-americanos lançaram as duas bombas sobre o Japão. Dois atos criminosos contra a humanidade, que deveriam ser julgados por um tribunal internacional.
Portanto, o simples fato de armazenar armas nucleares demonstra a má fé dos seus proprietários e por si só já um crime contra a humanidade. Se houvesse responsabilidade desses países, eles seriam os primeiros sugerir acordos, fiscalizados por uma comissão de países independentes, inclusive do Conselho de Segurança da ONU, que, como todos sabem, é dominado pelos vencedores da Segunda Guerra Mundial.
Sem o desarmamento, pressionar o Irã é hipocrisia. Na verdade é o alinhamento a intenções históricas da aliança que hoje domina o mundo e que pretende estabelecer alguns fatos irreversíveis no oriente médio: a hegemonia militar de Israel, a manutenção dos países árabes em um estado semi-colonial e o controle das principais fontes de petróleo do planeta.
Esse último propósito estratégico das potências centrais acende uma luz vermelha no horizonte estratégico do Brasil. Provavelmente os Estados Unidos já desenvolvem estratégias para controlar as ricas jazidas petrolíferas do pré-sal. Essa ameaça só estará afastada em longo prazo, se o Brasil e seus parceiros emergentes conseguirem criar uma nova ordem mundial multipolar e na qual o uso da força, por quem for, seja visto como um crime contra a humanidade.
A imprensa brasileira se posiciona, na sua maioria, contra a estratégia brasileira, que visa a paz e os acordos, porque as principais empresas brasileiras do setor são comandadas por capitalistas, que privilegiam seus lucros à qualquer idéia de projeto nacional. Para eles o que é importante é a sua conta bancária e não o Brasil se afirmar como um país capaz de oferecer bem estar e esperança para o seu povo.
Esta é a mesma razão que leva gente como Piñera, recém eleito no Chile, a se alinhar com a ordem mundial. Ele é acima de tudo um capitalista interessado em lucros. Para garantir o aumento de sua conta bancária, ele não terá dúvidas em governar para atrofiar as forças produtivas do seu país, se isso garantir o aumento de sua conta bancária.
Lula e o Irã
O Brasil inaugurou uma nova etapa das relações internacionais, onde a ameaça e o desejo de submissão são substituídos pelo respeito e a honestidade. Isso é muito novo e difícil de ser entendido pelos Estados Unidos, Europa Ocidental e Israel, que estão viciados na violência, na guerra e na prepotência.
Esses países nunca pretenderam nenhum acordo com o Irã. A intenção deles era simplesmente a rendição daquela civilização milenar.
Lula quebrou uma prática de poder que já dura séculos.
Esses países nunca pretenderam nenhum acordo com o Irã. A intenção deles era simplesmente a rendição daquela civilização milenar.
Lula quebrou uma prática de poder que já dura séculos.
domingo, 16 de maio de 2010
Governo Turco diz que Lula conseguiu acordo histórico
O ministro de Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, disse neste domingo que foi alcançado um acordo entre Irã, Turquia e Brasil sobre a troca de combustíveis nucleares, decisão que pode por fim à disputa com o Ocidente sobre o programa nuclear do Irã. Quando questionado por jornalistas em Teerã se haveria um acordo sobre a troca de combustível, ele respondeu: "Sim, isso foi alcançado após quase 18 horas de negociações".
Marina e a direita
Marina Silva definitivamente assumiu seu papel de inocente útil da direita. A trajetória dela é comum a muitos militantes, ativistas e políticos formados pela igreja. No processo de formação dos quadros da igreja católica, não há uma preparação verdadeiramente socialista. Em geral o pessoal que vem de estruturas como as pastorais possuem limitadíssima compreensão racional da política. São movidos muito mais pelo moralismo, o basismo e a emoção exacerbada. Por isso, são voluntariosos, têm pouca visão estratégica, tendem a análises maniqueístas e dificilmente compreendem o processo histórico.
Como tendem a acreditar em milagres, acham que uma pessoa pode mudar o mundo. Emboram não saibam bem o que fazer com o mundo mudado. Confundem moralismo com ética. Assim é comum que seus governos descambem para o autoritarismo. Mas, achando que são ungidos por Deus, mesmo quando fazem alianças esquisitíssimas, a exemplo da que fez Marina Silva com empresários que nunca demonstraram qualquer compromisso com mudanças profundas no mundo e nem entendem que na questão ecológica o buraco é mais acima. Muitos do empresários e "intelectuais" conservadores que apoiam a candidata eram até ontem apoiadores dos partidos de direita no Brasil.
Para piorar a sua formação, Marina ainda adotou o credo evangélico, que deixou de ser uma coisa progressista desde a morte de Calvino. Hoje os evangélicos são mais conservadores do que os católicos. Desse jeito, Marina não será nem mesmo uma nota de pé de página dos livros de história.
Como tendem a acreditar em milagres, acham que uma pessoa pode mudar o mundo. Emboram não saibam bem o que fazer com o mundo mudado. Confundem moralismo com ética. Assim é comum que seus governos descambem para o autoritarismo. Mas, achando que são ungidos por Deus, mesmo quando fazem alianças esquisitíssimas, a exemplo da que fez Marina Silva com empresários que nunca demonstraram qualquer compromisso com mudanças profundas no mundo e nem entendem que na questão ecológica o buraco é mais acima. Muitos do empresários e "intelectuais" conservadores que apoiam a candidata eram até ontem apoiadores dos partidos de direita no Brasil.
Para piorar a sua formação, Marina ainda adotou o credo evangélico, que deixou de ser uma coisa progressista desde a morte de Calvino. Hoje os evangélicos são mais conservadores do que os católicos. Desse jeito, Marina não será nem mesmo uma nota de pé de página dos livros de história.
sábado, 15 de maio de 2010
sexta-feira, 14 de maio de 2010
DEM é o primeiro no ranking da corrupção.
O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral que não possui coloração partidária divulgou, na última quinta-feira, um balanço da corrupção política baseado nas diversas cassações de mandatos.
O líder em corrupção e cassação segundo o ranking do MCCE é o DEM ou DEMOCRATAS com um percentual de 20,4% dos políticos cassados.
Leia mais sobre a liderança do DEM no ranking da corrupção eleitoral, clicando no link - DEM O PARTIDO MAIS CORRUPTO DO PAÍS
Dilma e as pesquisas
Marcos Coimbra, da Vox Populi, estreia uma coluna na Carta Capital, esta semana.
“A caminho da eleição” é o titulo.
É importante ler o que ele diz sobre as pesquisas desses dias que passam, em que boa parte do eleitorado ainda não sabe que a Dilma é a candidata do presidente mais popular da História.
Quando o eleitor sabe que ela é candidata do Lula, ela ganha do Serra com onze pontos na frente.
E o Serra só está à frente, porque 43% dos eleitores não conhecem a Dilma, ainda.
Mas, isso, com o tempo passa: e a imagem do Lula cola na dela.
A conclusão de Coimbra é especial: “Para Serra, só haverá boas notícias, se tudo o que está em curso mudar”.
Ou seja, amigo navegante, a única bala na agulha do Serra é desconstruir a Dilma.
Paulo Henrique Amorim
“A caminho da eleição” é o titulo.
É importante ler o que ele diz sobre as pesquisas desses dias que passam, em que boa parte do eleitorado ainda não sabe que a Dilma é a candidata do presidente mais popular da História.
Quando o eleitor sabe que ela é candidata do Lula, ela ganha do Serra com onze pontos na frente.
E o Serra só está à frente, porque 43% dos eleitores não conhecem a Dilma, ainda.
Mas, isso, com o tempo passa: e a imagem do Lula cola na dela.
A conclusão de Coimbra é especial: “Para Serra, só haverá boas notícias, se tudo o que está em curso mudar”.
Ou seja, amigo navegante, a única bala na agulha do Serra é desconstruir a Dilma.
Paulo Henrique Amorim
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Quinta feira alegre
A quinta feira amanheceu mais alegre. O Cruzeiro levou uma chapecada do São Paulo. Será difícil inverter a situação no Morumbi. Vamos torcer para o São Paulo acabar logo com esta agonia.
O Santos manteve a tradição de marcar muitos gols e tomar outros tantos também. Grêmio festeja a virada, mas está em uma situação pior do que a do Galo, pois sobreu três gols dentro de casa. parece que vai dar Santos, com Neymar.
O Santos manteve a tradição de marcar muitos gols e tomar outros tantos também. Grêmio festeja a virada, mas está em uma situação pior do que a do Galo, pois sobreu três gols dentro de casa. parece que vai dar Santos, com Neymar.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Veja não aceita a liberdade de expressão
A Editora Abril demitiu o sub-editor da National Geographic Brasil, Felipe Milanez, porque o jornalista criticou a matéria da revista Veja sobre a delimitação de terras indígenas no país. Na sua conta do Twitter, o jornalista, muito afinado com a questão indigena, classificou a matéria como "repugnante".
Milanez, que se preparava para viajar ao Amazonas, onde faria uma nova matéria para a Geographic, se disse chocado com a atitude da empresa.
Esse é um exemplo da liberdade de imprensa no Brasil. Os grandes veículos querem ter toda a liberdade de mentir, fazer campanhas políticas e enganar aos seus leitores, mas não permitem o menor espaço de liberdade de expressão dos seus jornalistas. Nos grandes veículos só cabe a visão do dono.
O bom é que os consumidores percebem os exageros de veículos, como a Veja, a Globo e a Folha de São Paulo e param de consumir esses veículos. Já tive assinaturas de veículos do grupo Folha, da Abril e da Editora Globo. Cancelei todas essas assinaturas e atualmente sou uma pessoa muito melhor informada do que quando consumia esses produtos de mau jornalismo.
Convido você leitor a fazer isso, pois há bons produtos substitutos. Por exemplo a revista Carta Capital, um semanário com matérias aprofundadas, de leitura saborosa e onde podemos encontrar os melhores textos do Brasil, escritos pelo jornalista Mino Carta, fundador da Veja e da Isto É. para a TV, existe a opção da televisão por assinaturas, que tem excelentes documentários e o jornalismo da CNN ou da BBC. Quem preferir, pode assistir a Band ou a Record. A primeira tem o divertido Ricardo Boechat e a segunda o ótimo Paulo Henrique Amorim. Para substituir os jornais, a melhor pedida são os blogs. Sugiro o Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim; o Vi o Mundo, do Luiz carlos Azenha; e o Online, do Luis Nassif.
Milanez, que se preparava para viajar ao Amazonas, onde faria uma nova matéria para a Geographic, se disse chocado com a atitude da empresa.
Esse é um exemplo da liberdade de imprensa no Brasil. Os grandes veículos querem ter toda a liberdade de mentir, fazer campanhas políticas e enganar aos seus leitores, mas não permitem o menor espaço de liberdade de expressão dos seus jornalistas. Nos grandes veículos só cabe a visão do dono.
O bom é que os consumidores percebem os exageros de veículos, como a Veja, a Globo e a Folha de São Paulo e param de consumir esses veículos. Já tive assinaturas de veículos do grupo Folha, da Abril e da Editora Globo. Cancelei todas essas assinaturas e atualmente sou uma pessoa muito melhor informada do que quando consumia esses produtos de mau jornalismo.
Convido você leitor a fazer isso, pois há bons produtos substitutos. Por exemplo a revista Carta Capital, um semanário com matérias aprofundadas, de leitura saborosa e onde podemos encontrar os melhores textos do Brasil, escritos pelo jornalista Mino Carta, fundador da Veja e da Isto É. para a TV, existe a opção da televisão por assinaturas, que tem excelentes documentários e o jornalismo da CNN ou da BBC. Quem preferir, pode assistir a Band ou a Record. A primeira tem o divertido Ricardo Boechat e a segunda o ótimo Paulo Henrique Amorim. Para substituir os jornais, a melhor pedida são os blogs. Sugiro o Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim; o Vi o Mundo, do Luiz carlos Azenha; e o Online, do Luis Nassif.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Problemas na seleção do Dunga
O problema do kaká não é que ele está "meia boca". O negócio é que ele nunca foi craque. É um grande atleta, corre muito, se movimenta, mas não tem habilidade e nem aquela fagulha que separa os esforçados dos fora de série.
Dunga quer provar ao mundo uma tese: o futebol não precisa de craques. Talvez porque ele sempre foi um volante grosso, que usava a força para substituir a sua falta de habilidade.
Dunga quer provar ao mundo uma tese: o futebol não precisa de craques. Talvez porque ele sempre foi um volante grosso, que usava a força para substituir a sua falta de habilidade.
Dunga, coerente e previsível
Juca Kfuouri disse uma coisa brilhante: a coerencia do Dunga não é com o povo brasileiro, mas com os seus comandados. E eu acrescento com os comandados que lhe abaixam a cabeça.
Agora, a coerencia de Dunga é previsibilidade. Nunca vi vitória em nenhum jogo difícil com previsibilidade. Todos os outros times estão estudando o Brasil. Na Copa a dificuldade dos jogos será outra. Não será essa baba que foi a Copa América ou as eliminatórias, quando o Brasil enfrentou times montados às pressas com jogadores recém chegados dos campeonatos europeus. As duas únicas seleções que levaram à sério Copa das Confederações, além do Brasil, foram África do Sul e os Estados Unidos, orgulhosos de enfrentar os melhores do mundo.
Na Copa, todo mundo sabe que as coisas serão diferentes. Argentinos, franceses, italianos, ingleses e espanhóis chegarão babando. Sem contar as possíveis surpresas. Aposto na Sérvia, Holanda, Nigéria e Portugal.
A Sérvia sempre formou bons times, desde que era Iuguslávia, porém fracassavam nos mundiais. Eles têm a tradição de priorizar seus empregos nos times. Mas passei por aquela esquina do mundo há dois anos e pude ver um nacionalismo exacerbado.
A Holanda está devendo há várias copas. Vai chegar o momento em que vai encaixar.
Portugal é um dois únicos times que vão entrar em campo com um craque acima de qualquer suspeita, Cristiano Ronaldo. O outro é a Argentina de Messi.
Pela história das copas, dá para prever, que se seus companheiros ajudarem, Cristiano e Messi podem levantar a taça.
Agora, a coerencia de Dunga é previsibilidade. Nunca vi vitória em nenhum jogo difícil com previsibilidade. Todos os outros times estão estudando o Brasil. Na Copa a dificuldade dos jogos será outra. Não será essa baba que foi a Copa América ou as eliminatórias, quando o Brasil enfrentou times montados às pressas com jogadores recém chegados dos campeonatos europeus. As duas únicas seleções que levaram à sério Copa das Confederações, além do Brasil, foram África do Sul e os Estados Unidos, orgulhosos de enfrentar os melhores do mundo.
Na Copa, todo mundo sabe que as coisas serão diferentes. Argentinos, franceses, italianos, ingleses e espanhóis chegarão babando. Sem contar as possíveis surpresas. Aposto na Sérvia, Holanda, Nigéria e Portugal.
A Sérvia sempre formou bons times, desde que era Iuguslávia, porém fracassavam nos mundiais. Eles têm a tradição de priorizar seus empregos nos times. Mas passei por aquela esquina do mundo há dois anos e pude ver um nacionalismo exacerbado.
A Holanda está devendo há várias copas. Vai chegar o momento em que vai encaixar.
Portugal é um dois únicos times que vão entrar em campo com um craque acima de qualquer suspeita, Cristiano Ronaldo. O outro é a Argentina de Messi.
Pela história das copas, dá para prever, que se seus companheiros ajudarem, Cristiano e Messi podem levantar a taça.
Vou de Holanda
Dunga é absolutamente previsível. A seleção convocada não é a do Brasil, mas do Dunga.
Tem a cara do técnico: só dá jogador esforçadinho ou grosso. Inteligência para organizar o time em campo, zero. Nenhuma esperança de um lampejo de gênio de impresibilidade. Futebol manjado, que todos os outros times já estão cansados de conhecer. Com o material humano convocado, não há esperança de mudança, de insight.
Não dá para torcer para aquilo, não tem nada haver com o Brasil. Vou de Holanda.
Tem a cara do técnico: só dá jogador esforçadinho ou grosso. Inteligência para organizar o time em campo, zero. Nenhuma esperança de um lampejo de gênio de impresibilidade. Futebol manjado, que todos os outros times já estão cansados de conhecer. Com o material humano convocado, não há esperança de mudança, de insight.
Não dá para torcer para aquilo, não tem nada haver com o Brasil. Vou de Holanda.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Serra será um retrocesso pior do que FHC
Lula passou todo o seu mandato sem intervir de forma alguma no Banco Central. Serra já indica que não fará o mesmo. Ele tem formação stalinista. No seu governo é de se esperar chumbo grosso. A Petrobrás estará ameaçada, mesmo sendo considerada mais competente do que as grandes multinacionais do petróleo mundial. Ele vai inibir os bancos oficiais e privilegiar a banca privada, mesmo depois da lambança feita pelos grandes banqueiros (a propósito, os gregos estão certos, "os banqueiros é que deviam pagar a conta da crise").
Ele já reduziu os programas sociais em São Paulo e é uma ameaça para os projetos de desenvolvimento social do governo federal.
Serra é o cara que quer acabar com o poder de compra dos brasileiros, que pretende favorecer o grande capital agrário (emtenda-se latifundios). Ele quer o Brasil como um protetorado dos Estados Unidos.
Além de tudo, Serra é feio pra caramba e muito mal humorado. ele tenta fingir que está sorrindo, mas não engana ninguém.
Ele já reduziu os programas sociais em São Paulo e é uma ameaça para os projetos de desenvolvimento social do governo federal.
Serra é o cara que quer acabar com o poder de compra dos brasileiros, que pretende favorecer o grande capital agrário (emtenda-se latifundios). Ele quer o Brasil como um protetorado dos Estados Unidos.
Além de tudo, Serra é feio pra caramba e muito mal humorado. ele tenta fingir que está sorrindo, mas não engana ninguém.
domingo, 9 de maio de 2010
Grande mídia brasileira é lixo
Marcos Coimbra - Especial para o EM
Publicação: 09/05/2010 13:42 Atualização: 09/05/2010 13:51
Enquanto a grande maioria da população dá sucessivas mostras de estar satisfeita com o governo, continua a existir uma parcela da opinião pública que não. Dentro dela, há quem tenha alguma simpatia por Lula e até enxergue virtudes em seu trabalho, admire sua trajetória ou ria de suas tiradas. Mas não gosta do governo e, quase sempre, tem ojeriza ao PT. São aqueles que aceitam o presidente, mas não querem que sua turma permaneça.
A existência desse tipo de sentimento fica clara nas comparações entre a avaliação do governo e o desejo de continuidade. Nas pesquisas, a proporção dos que o aprovam enfaticamente, dizendo que é “ótimo” ou “bom”, anda na casa dos 75%, e há outros 20% que o consideram “regular”. Somados, beiram os 95%, o que deixa apenas 5% da população para repartir as opiniões de que é “ruim” ou “péssimo”.
Quando, porém, se pergunta a respeito de quanto do que Lula faz gostariam que fosse mantido, mais de 20% dos entrevistados responde que preferiria que houvesse mudanças na maior parte ou na totalidade das políticas. É verdade que a opção por mudanças completas é pequena e corresponde quase exatamente à da avaliação negativa. Ainda assim, deve-se registrar que há mais pessoas que o aprovam (agregando avaliações positivas e regulares) que querendo a continuidade de tudo (desejo de 35% delas) ou da maioria das coisas (40%) que faz.
Para alguns dos que querem mudanças, o gesto de Lula, quando escolheu Dilma para sucedê-lo, soou como bravata. É como se ele a tivesse indicado pelo que ela não tem (experiência eleitoral, carisma, jogo de cintura) somente para afrontá-los. “Inventar” uma candidata como ela seria um arroubo de poder, tornado possível pela escassez de lideranças dentro de seu partido. Querer que ela ganhasse seria, no entanto, ir longe demais, atribuir-se uma missão de altíssimo risco, apenas pelo gosto do desafio e a perspectiva de, obtendo sucesso, infligir uma derrota humilhante ao que resta de oposição.
Cada um desses eleitores olha para Dilma e não a vê como simples candidata, em quem se pode ou não votar em função de escolhas racionais. Para eles, ela é uma espécie de provocação ambulante, a encarnação de tudo de que não gostam em Lula, no PT e no governo.
Enquanto ela permaneceu lá atrás nas pesquisas, o mal era menor. Ao contrário, muitas dessas pessoas ficavam felizes a cada confirmação de que o sonho onipotente de Lula estava ameaçado. Quando, no entanto, ela começou a subir, o quadro se complicou. Não é que o impossível passou a ser provável?
Uma parte relevante da mídia brasileira compartilha esses sentimentos. Na verdade, em algumas redações, estão muitas das pessoas mais extremadas nessa mistura de desaprovação ao lulismo e indignação frente à hipótese de Dilma vencer.
Nenhum problema nisso. Afinal, editorialistas, colunistas e repórteres são também filhos de Deus, e possuem as mesmas prerrogativas das pessoas comuns. Têm todo direito de não gostar do que não gostam.
O que é discutível é permitir que suas preferências interfiram em seu trabalho a ponto de comprometê-lo. Por exemplo, deixando-se levar por elas na hora de informar a opinião pública sobre o que está acontecendo na eleição.
Um tom de indisfarçável torcida marcou o noticiário de abril. Quem leu o que vários órgãos da chamada grande imprensa publicaram só ficou sabendo dos “erros de Dilma” e os “acertos de Serra”, os primeiros provocando o “desespero” de Lula e abalos na coligação governista, os segundos gerando empatia na sociedade e novas alianças políticas. Foi informado de que o saldo disso seriam “novas pesquisas”, que mostrariam o avanço de Serra.
Pode ser que venham, mas ainda não chegaram. O que todas as conhecidas apontam é para um cenário de estabilidade: quando se comparam os resultados do final de março, antes da desincompatibilização, com os do final de abril, nada mudou. No Datafolha, a distância entre Serra e Dilma aumentou um ponto, no Ibope, dois. Ou seja, ficou igual. É o mesmo que indicam outros levantamentos, ainda não publicados. A marola do noticiário não parece ter alcançado, pelo menos por enquanto, a imensa maioria do eleitorado. E será que vai tocá-la nos próximos meses?
Torcer é bom e faz parte da política. Querer que seu candidato vença e os outros percam é um sentimento natural. Mas torcer não rima com informar.
Publicação: 09/05/2010 13:42 Atualização: 09/05/2010 13:51
A existência desse tipo de sentimento fica clara nas comparações entre a avaliação do governo e o desejo de continuidade. Nas pesquisas, a proporção dos que o aprovam enfaticamente, dizendo que é “ótimo” ou “bom”, anda na casa dos 75%, e há outros 20% que o consideram “regular”. Somados, beiram os 95%, o que deixa apenas 5% da população para repartir as opiniões de que é “ruim” ou “péssimo”.
Quando, porém, se pergunta a respeito de quanto do que Lula faz gostariam que fosse mantido, mais de 20% dos entrevistados responde que preferiria que houvesse mudanças na maior parte ou na totalidade das políticas. É verdade que a opção por mudanças completas é pequena e corresponde quase exatamente à da avaliação negativa. Ainda assim, deve-se registrar que há mais pessoas que o aprovam (agregando avaliações positivas e regulares) que querendo a continuidade de tudo (desejo de 35% delas) ou da maioria das coisas (40%) que faz.
Para alguns dos que querem mudanças, o gesto de Lula, quando escolheu Dilma para sucedê-lo, soou como bravata. É como se ele a tivesse indicado pelo que ela não tem (experiência eleitoral, carisma, jogo de cintura) somente para afrontá-los. “Inventar” uma candidata como ela seria um arroubo de poder, tornado possível pela escassez de lideranças dentro de seu partido. Querer que ela ganhasse seria, no entanto, ir longe demais, atribuir-se uma missão de altíssimo risco, apenas pelo gosto do desafio e a perspectiva de, obtendo sucesso, infligir uma derrota humilhante ao que resta de oposição.
Cada um desses eleitores olha para Dilma e não a vê como simples candidata, em quem se pode ou não votar em função de escolhas racionais. Para eles, ela é uma espécie de provocação ambulante, a encarnação de tudo de que não gostam em Lula, no PT e no governo.
Enquanto ela permaneceu lá atrás nas pesquisas, o mal era menor. Ao contrário, muitas dessas pessoas ficavam felizes a cada confirmação de que o sonho onipotente de Lula estava ameaçado. Quando, no entanto, ela começou a subir, o quadro se complicou. Não é que o impossível passou a ser provável?
Uma parte relevante da mídia brasileira compartilha esses sentimentos. Na verdade, em algumas redações, estão muitas das pessoas mais extremadas nessa mistura de desaprovação ao lulismo e indignação frente à hipótese de Dilma vencer.
Nenhum problema nisso. Afinal, editorialistas, colunistas e repórteres são também filhos de Deus, e possuem as mesmas prerrogativas das pessoas comuns. Têm todo direito de não gostar do que não gostam.
O que é discutível é permitir que suas preferências interfiram em seu trabalho a ponto de comprometê-lo. Por exemplo, deixando-se levar por elas na hora de informar a opinião pública sobre o que está acontecendo na eleição.
Um tom de indisfarçável torcida marcou o noticiário de abril. Quem leu o que vários órgãos da chamada grande imprensa publicaram só ficou sabendo dos “erros de Dilma” e os “acertos de Serra”, os primeiros provocando o “desespero” de Lula e abalos na coligação governista, os segundos gerando empatia na sociedade e novas alianças políticas. Foi informado de que o saldo disso seriam “novas pesquisas”, que mostrariam o avanço de Serra.
Pode ser que venham, mas ainda não chegaram. O que todas as conhecidas apontam é para um cenário de estabilidade: quando se comparam os resultados do final de março, antes da desincompatibilização, com os do final de abril, nada mudou. No Datafolha, a distância entre Serra e Dilma aumentou um ponto, no Ibope, dois. Ou seja, ficou igual. É o mesmo que indicam outros levantamentos, ainda não publicados. A marola do noticiário não parece ter alcançado, pelo menos por enquanto, a imensa maioria do eleitorado. E será que vai tocá-la nos próximos meses?
Torcer é bom e faz parte da política. Querer que seu candidato vença e os outros percam é um sentimento natural. Mas torcer não rima com informar.
Burrice
Nelson Rodrigues foi genial ao dizer que "toda unanimidade é burra". A crise que destroçou a economia dos países centrais provou que o pensamento único foi uma burrice.
sábado, 8 de maio de 2010
Serra, um stalinista de direita, propõe o suicídio da economia brasileira
Por Márcia Denser*, no Congresso em Foco
“Ao sugerir extiguir o Mercosul, o que Serra propõe é um caminho suicida, desfavorável para o pais como um todo: sair do integrador periférico e submeter-se completamente às turbulências do mercado internacional”
Em nossos dias, optar por correr na contramão da História não leva meramente ao retrocesso – sempre corrigível lá na frente – mas ao suicídio, este sem volta. Porque a megacrise de 2008, que decretou a morte do neoliberalismo global como ideologia e política hegemônica, determinou duas conseqüências importantes:
1) globalmente,forçou os vários países a um movimento autodefensivo integrador-regionalista como estratégia, não só de evasão da crise, mas já apontando, em seus desdobramentos, para um novo realinhamento de forças político-comerciais globais, índice claro do fim dum mundo unipolar comandado pelos EUA;
2) globalmente, deixou como viúvas as chamadas “direitas loucas”, praticantes do kamikazismo histórico, representando setores agora mergulhados numa crise sistêmica que vai jogando-os numa posição caótica, não só no nível econômico, como também no plano psicológico – o que os torna cada vez mais perigosos e imprevisíveis.
Segundo a excelente análise de Jorge Beinstein, economista e professor da Universidade de Buenos Aires (Carta Maior em 02/05/2010), um bom exemplo disto é a proposta de Serra no sentido de revisar, “flexibilizar” e até abolir os acordos do Mercosul, uma posição direitista kamikase que, se mantida, levaria ao suicídio do sistema industrial brasileiro que ficaria exposto à feroz concorrência na América Latina de países desesperados por aumentar suas vendas, a começar dos gigantes econômicos como Alemanha, França, Espanha, na UE, EUA e até China (que acaba de registrar seu primeiro déficit comercial em cinco anos) – todos acossados pela contração do comércio internacional provocada pela crise. Em 2009, as exportações brasileiras caíram cerca de 22% devido à crise,mas essa queda teria sido muito maior sem a existência da retaguarda latinoamericana, sem esses países vizinhos ligados ao Brasil por múltiplos laços econômicos, políticos e culturais. Romper ou “flexibilizar” esses laços em um contexto internacional como o atual, marcado por uma crise que vai se agravando seria uma loucura. O Brasil estaria dando de presente a sua parte dos mercados regionais a competidores de todos os continentes.
A proposta de Serra vai na contramão da tendência global dominante rumo às integrações periféricas em resposta às crescentes dificuldades das economias das potências centrais (EUA, União Européia e Japão). No começo de 2010, a China firmou acordo de integração comercial com os países do Sudeste Asiático, agrupados na ASEAN, um mercado com cerca de 1,9 bilhão de pessoas, e a ASEAN, por sua vez, fez acordo semelhante com a Índia. Somados os dois acordos e as populações envolvidas (China, Índia e países da ASEAN) chega-se a cerca de três bilhões de pessoas, ou seja, quase 45% da população mundial. E esse processo está relacionado com a integração entre China e Rússia que, através da Organização de Cooperação de Shangai, agrupa as ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, devendo também integrar proximamente Índia, Paquistão, Mongólia e Irã.
Este movimento de integração eurasiática incluindo mais da metade da população mundial está mudando não só a estrutura do comércio internacional, mas também suas relações políticas e militares, e é hoje o coração do processo de despolarização mundial, do fim da unipolaridade norte-americana. A outra tendência integradora importante é a da América Latina que, partindo do Mercosul, foi se ampliando, incluindo a Unasul (390 milhões de habitantes) e a recentemente criada Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELC).
O vínculo entre esses dois fenômenos regionais é o BRIC – convergência entre Brasil, Rússia, Índia e China, onde o Brasil é precisamente o elo que os articula estrategicamente. O que Serra propõe é um caminho suicida, desfavorável para o pais como um todo (e a médio prazo, desfavorável até mesmo para a elite que ele representa) ou seja: sair do integrador periférico e submeter-se completamente às turbulências do mercado internacional sem nenhum tipo de escudo protetor regional. Assim, o Brasil passaria a fazer parte da estratégia de recomposição geopolítica imperial dos EUA, cujo objetivo principal é a desestruturação das integrações regionais tanto na Eurásia quanto na América Latina.
Beinstein enfatiza: “Serra propõe substituir o Mercosul e as demais alianças periféricas (Unasul, BRIC, etc.) por um conjunto de tratados de livre comércio. A retirada política do Brasil significaria automaticamente um decisivo aumento da influência dos EUA na América Latina, abrindo o caminho para suas estratégias de desestabilização e conquista. O contexto regional de estabilidade obtido na década passada se deterioraria rapidamente, convertendo uma parte importante do entorno geográfico do Brasil numa área caótica, infestada de frentes reacionárias que finalmente conseguiriam afetar nossa estabilidade democrática e dinâmica produtiva.”
No esquema Serra, sem a rede protetora de tais acordos, o Brasil teria só um caminho para continuar se desenvolvendo num mundo cada vez mais hostil: o da competição selvagem respaldada pelo arrocho salarial e impostos reduzidos para os ricos, ou seja, apoiada na miséria crescente do grosso de sua população (começando pelos assalariados e seguindo pelas classes médias), no encolhimento do Estado e, inevitavelmente, na expansão das estruturas repressivas, e assim na rápida deterioração das liberdades democráticas.
Em síntese, é um processo que começa com um discurso comercial e culmina inexoravelmente num modelo político claramente autoritário. Deste modo, Serra passa a formar parte do grupo de políticos latino-americanos de raiz neoliberal, nostálgicos das velhas relações neocoloniais com o Império. Estes políticos, superados pelas tendências integradoras e autonomizantes hoje dominantes, precisam desesperadamente reconquistar o poder, mas a realidade lhes escapa porque agora o momento histórico é seu inimigo.
Cresce assustadoramente a irracionalidade nos sistemas de poder do centro decadente do mundo e, num movimento mimético, também em seus lacaios periféricos. Hoje, as direitas loucas expressam não só o passado (neoliberal) mas, sobretudo, a garantia dum futuro sinistro. Se Serra pretende realmente posicionar-se como o anti-Lula, com o dito no 1º. de maio: “Quem fuma é uma pessoa sem Deus”, ele se define por completo: um composto ruinoso de preconceito, truculência, irracionalidade, excludência burra e, claro, primeiro lugar absoluto em matéria de gafe política.
Só que, na verdade, não foi irracional e muito menos, gafe. Segundo editorial da Carta Maior, o dito condensa mais uma pérola do oportunismo eleitoral tucano: “De um lado, encontra-se aquilo que a Folha denomina como sendo ‘a classe média iluminista’, preocupada com o consumo politicamente correto e a descarbonização do seu almoço sob o capitalismo. Do outro, segmentos da pobreza urbana abandonados pela Igreja Católica e capturados pelo salvacionismo religioso, como o da Assembléia de Deus, de Marina Silva, que patrocinou a pregação de Serra. A operação embutida na frase do tucano busca dar a esse coquetel uma coerência ideológica baseada na idéia de que a questão social no século XXI será resolvida pela ‘técnica’ (agenda verde + ‘gestão eficiente’) e pelo fanatismo religioso.”
Em suma: expressando o pensamento da direita, Serra nunca falou tão sério em sua vida!
*A escritora paulistana Márcia Denser publicou, entre outros, Tango Fantasma (1977), O Animal dos Motéis (1981), Exercícios para o pecado (1984), Diana caçadora (1986), A Ponte das Estrelas (1990), Toda Prosa (2002 – Esgotado), Diana Caçadora/Tango Fantasma (2003,Ateliê Editorial, reedição), Caim (Record, 2006), Toda Prosa II – Obra Escolhida (Record, 2008). É traduzida na Holanda, Bulgária, Hungria, Estados Unidos, Alemanha, Suiça, Argentina e Espanha (catalão e galaico-português). Dois de seus contos – O Vampiro da Alameda Casabranca e Hell’s Angel – foram incluídos nos 100 Melhores Contos Brasileiros do Século, sendo que Hell’s Angel está também entre os 100 Melhores Contos Eróticos Universais. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUCSP, é pesquisadora de literatura, jornalista e curadora de Literatura da Biblioteca Sérgio Milliet em São Paulo.
“Ao sugerir extiguir o Mercosul, o que Serra propõe é um caminho suicida, desfavorável para o pais como um todo: sair do integrador periférico e submeter-se completamente às turbulências do mercado internacional”
Em nossos dias, optar por correr na contramão da História não leva meramente ao retrocesso – sempre corrigível lá na frente – mas ao suicídio, este sem volta. Porque a megacrise de 2008, que decretou a morte do neoliberalismo global como ideologia e política hegemônica, determinou duas conseqüências importantes:
1) globalmente,forçou os vários países a um movimento autodefensivo integrador-regionalista como estratégia, não só de evasão da crise, mas já apontando, em seus desdobramentos, para um novo realinhamento de forças político-comerciais globais, índice claro do fim dum mundo unipolar comandado pelos EUA;
2) globalmente, deixou como viúvas as chamadas “direitas loucas”, praticantes do kamikazismo histórico, representando setores agora mergulhados numa crise sistêmica que vai jogando-os numa posição caótica, não só no nível econômico, como também no plano psicológico – o que os torna cada vez mais perigosos e imprevisíveis.
Segundo a excelente análise de Jorge Beinstein, economista e professor da Universidade de Buenos Aires (Carta Maior em 02/05/2010), um bom exemplo disto é a proposta de Serra no sentido de revisar, “flexibilizar” e até abolir os acordos do Mercosul, uma posição direitista kamikase que, se mantida, levaria ao suicídio do sistema industrial brasileiro que ficaria exposto à feroz concorrência na América Latina de países desesperados por aumentar suas vendas, a começar dos gigantes econômicos como Alemanha, França, Espanha, na UE, EUA e até China (que acaba de registrar seu primeiro déficit comercial em cinco anos) – todos acossados pela contração do comércio internacional provocada pela crise. Em 2009, as exportações brasileiras caíram cerca de 22% devido à crise,mas essa queda teria sido muito maior sem a existência da retaguarda latinoamericana, sem esses países vizinhos ligados ao Brasil por múltiplos laços econômicos, políticos e culturais. Romper ou “flexibilizar” esses laços em um contexto internacional como o atual, marcado por uma crise que vai se agravando seria uma loucura. O Brasil estaria dando de presente a sua parte dos mercados regionais a competidores de todos os continentes.
A proposta de Serra vai na contramão da tendência global dominante rumo às integrações periféricas em resposta às crescentes dificuldades das economias das potências centrais (EUA, União Européia e Japão). No começo de 2010, a China firmou acordo de integração comercial com os países do Sudeste Asiático, agrupados na ASEAN, um mercado com cerca de 1,9 bilhão de pessoas, e a ASEAN, por sua vez, fez acordo semelhante com a Índia. Somados os dois acordos e as populações envolvidas (China, Índia e países da ASEAN) chega-se a cerca de três bilhões de pessoas, ou seja, quase 45% da população mundial. E esse processo está relacionado com a integração entre China e Rússia que, através da Organização de Cooperação de Shangai, agrupa as ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, devendo também integrar proximamente Índia, Paquistão, Mongólia e Irã.
Este movimento de integração eurasiática incluindo mais da metade da população mundial está mudando não só a estrutura do comércio internacional, mas também suas relações políticas e militares, e é hoje o coração do processo de despolarização mundial, do fim da unipolaridade norte-americana. A outra tendência integradora importante é a da América Latina que, partindo do Mercosul, foi se ampliando, incluindo a Unasul (390 milhões de habitantes) e a recentemente criada Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELC).
O vínculo entre esses dois fenômenos regionais é o BRIC – convergência entre Brasil, Rússia, Índia e China, onde o Brasil é precisamente o elo que os articula estrategicamente. O que Serra propõe é um caminho suicida, desfavorável para o pais como um todo (e a médio prazo, desfavorável até mesmo para a elite que ele representa) ou seja: sair do integrador periférico e submeter-se completamente às turbulências do mercado internacional sem nenhum tipo de escudo protetor regional. Assim, o Brasil passaria a fazer parte da estratégia de recomposição geopolítica imperial dos EUA, cujo objetivo principal é a desestruturação das integrações regionais tanto na Eurásia quanto na América Latina.
Beinstein enfatiza: “Serra propõe substituir o Mercosul e as demais alianças periféricas (Unasul, BRIC, etc.) por um conjunto de tratados de livre comércio. A retirada política do Brasil significaria automaticamente um decisivo aumento da influência dos EUA na América Latina, abrindo o caminho para suas estratégias de desestabilização e conquista. O contexto regional de estabilidade obtido na década passada se deterioraria rapidamente, convertendo uma parte importante do entorno geográfico do Brasil numa área caótica, infestada de frentes reacionárias que finalmente conseguiriam afetar nossa estabilidade democrática e dinâmica produtiva.”
No esquema Serra, sem a rede protetora de tais acordos, o Brasil teria só um caminho para continuar se desenvolvendo num mundo cada vez mais hostil: o da competição selvagem respaldada pelo arrocho salarial e impostos reduzidos para os ricos, ou seja, apoiada na miséria crescente do grosso de sua população (começando pelos assalariados e seguindo pelas classes médias), no encolhimento do Estado e, inevitavelmente, na expansão das estruturas repressivas, e assim na rápida deterioração das liberdades democráticas.
Em síntese, é um processo que começa com um discurso comercial e culmina inexoravelmente num modelo político claramente autoritário. Deste modo, Serra passa a formar parte do grupo de políticos latino-americanos de raiz neoliberal, nostálgicos das velhas relações neocoloniais com o Império. Estes políticos, superados pelas tendências integradoras e autonomizantes hoje dominantes, precisam desesperadamente reconquistar o poder, mas a realidade lhes escapa porque agora o momento histórico é seu inimigo.
Cresce assustadoramente a irracionalidade nos sistemas de poder do centro decadente do mundo e, num movimento mimético, também em seus lacaios periféricos. Hoje, as direitas loucas expressam não só o passado (neoliberal) mas, sobretudo, a garantia dum futuro sinistro. Se Serra pretende realmente posicionar-se como o anti-Lula, com o dito no 1º. de maio: “Quem fuma é uma pessoa sem Deus”, ele se define por completo: um composto ruinoso de preconceito, truculência, irracionalidade, excludência burra e, claro, primeiro lugar absoluto em matéria de gafe política.
Só que, na verdade, não foi irracional e muito menos, gafe. Segundo editorial da Carta Maior, o dito condensa mais uma pérola do oportunismo eleitoral tucano: “De um lado, encontra-se aquilo que a Folha denomina como sendo ‘a classe média iluminista’, preocupada com o consumo politicamente correto e a descarbonização do seu almoço sob o capitalismo. Do outro, segmentos da pobreza urbana abandonados pela Igreja Católica e capturados pelo salvacionismo religioso, como o da Assembléia de Deus, de Marina Silva, que patrocinou a pregação de Serra. A operação embutida na frase do tucano busca dar a esse coquetel uma coerência ideológica baseada na idéia de que a questão social no século XXI será resolvida pela ‘técnica’ (agenda verde + ‘gestão eficiente’) e pelo fanatismo religioso.”
Em suma: expressando o pensamento da direita, Serra nunca falou tão sério em sua vida!
*A escritora paulistana Márcia Denser publicou, entre outros, Tango Fantasma (1977), O Animal dos Motéis (1981), Exercícios para o pecado (1984), Diana caçadora (1986), A Ponte das Estrelas (1990), Toda Prosa (2002 – Esgotado), Diana Caçadora/Tango Fantasma (2003,Ateliê Editorial, reedição), Caim (Record, 2006), Toda Prosa II – Obra Escolhida (Record, 2008). É traduzida na Holanda, Bulgária, Hungria, Estados Unidos, Alemanha, Suiça, Argentina e Espanha (catalão e galaico-português). Dois de seus contos – O Vampiro da Alameda Casabranca e Hell’s Angel – foram incluídos nos 100 Melhores Contos Brasileiros do Século, sendo que Hell’s Angel está também entre os 100 Melhores Contos Eróticos Universais. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUCSP, é pesquisadora de literatura, jornalista e curadora de Literatura da Biblioteca Sérgio Milliet em São Paulo.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Serra esconde seu verdadeiro programa
O candidato dos mauricinhos quer implantar no Brasil ajustes semelhantes aos que Menen fez na Argentina. O resultado lá foi catastrófico, um empobrecimento brutal do país.
Saiu no Blog do Emir Sader: Serra ficou furioso. Sua equipe econômica deu entrevista à agência Reuters e abriu o jogo, revelando o plano econômico real que, caso ganhasse o tucano, colocaria em prática, confirmando os principais neoliberais de Serra – os mesmos que orientaram seu governo em São Paulo. Serra esbravejou, esperneou, distribuiu broncas, ordenou que ninguém repercutisse nos partidos da imprensa. Mas já era tarde.
A primeira medida econômica de Serra seria um duro ajuste fiscal – como é típico dos governos neoliberais. Segundo revelado por dois membros da equipe econômica tucana, se promoveria a renegociação de contratos e o corte de despesas públicas – conforme o modelo do FMI. Esse seria o começo do “choque de gestão”, típico das gestões tucanas.
“Ele vai entrar com medidas fiscais e até renegociação de alguns contratos”, disse a fonte tucana.”As despesas da máquina pública estão sob um controle muito frouxo…”
Critica-se o aumento das despesas públicas, uma suposta queda na arrecadação e as desonerações feitas para resistir aos efeitos da crise mundial. Anuncia que estão vigilantes sobre a cotação do real frente ao dólar. O papel dos bancos públicos seria “relativizado”, de forma coerente com a privatização do Banespa, vendido ao banco espanhol Santander, assim como a colocação à venda da Nossa Caixa que, felizmente, foi resgatada pelo Banco do Brasil. Assim, São Paulo, o estado mais rico do país, não tem mais nenhum banco público, o candidato tucano preferiu liquidar o patrimônio para fazer estradas, que aparecem muito mais do que financiamentos subsidiados para casa própria, por exemplo, como faz o governo federal. “Relativizado” significa baixo perfil, Estado mínimo, conforme o receituário neoliberal, para que os bancos privados possam ser absolutizados, possam ocupar mais espaço ainda.
Diz o tucano, na entrevista a Reuters, que o fortalecimento dos bancos públicos contribuiria para “aumentar a pressão inflacionária, ao aquecer em demasia a atividade” (sic), preocupação prioritária dos neoliberais, que não aprendem com o governo Lula que se pode – e se deve – aumentar os salários e diminuir as taxas de juros que, em um marco de crescimento com distribuição de renda, não apresentam riscos inflacionários. “Não acho que os bancos públicos precisam ter uma política tão protagonista (sic) neste pós-crise”, afirma a fonte, de forma coerente.
“Uma atuação menos arrojada, inclusive, poderia ser um dos caminhos para evitar a alta das taxas de juros a fim de controlar a inflação e as expectativas de preços”, comenta Reuters, a partir da conversa com membros da equipe econômica tucana.
A equipe serrista considera exagerados os estímulos fiscais dados pelo governo Lula durante a crise. “Não precisava dar para toda a linha branca e depois para móveis…” Parece que seguem acreditando que o próprio mercado tem mecanismos próprios de reativação econômica.
Apostam pouco na concretização de reformas como a tributária, em que o interesse seria apenas o de desonerar investimentos e folha de pagamento, sem nada que apontasse para uma estrutura tributária em que “quem ganha mais, paga mais”, como seria socialmente justo.
Então, a surpresa que Serra esconde é similar à de Carlos Menem e à de Carlos Andrés Perez: um grande pacote de ajuste, escondido sob o disfarce de um “choque de gestão”, tão a gosto do neoliberalismo tucano.
Saiu no Blog do Emir Sader: Serra ficou furioso. Sua equipe econômica deu entrevista à agência Reuters e abriu o jogo, revelando o plano econômico real que, caso ganhasse o tucano, colocaria em prática, confirmando os principais neoliberais de Serra – os mesmos que orientaram seu governo em São Paulo. Serra esbravejou, esperneou, distribuiu broncas, ordenou que ninguém repercutisse nos partidos da imprensa. Mas já era tarde.
A primeira medida econômica de Serra seria um duro ajuste fiscal – como é típico dos governos neoliberais. Segundo revelado por dois membros da equipe econômica tucana, se promoveria a renegociação de contratos e o corte de despesas públicas – conforme o modelo do FMI. Esse seria o começo do “choque de gestão”, típico das gestões tucanas.
“Ele vai entrar com medidas fiscais e até renegociação de alguns contratos”, disse a fonte tucana.”As despesas da máquina pública estão sob um controle muito frouxo…”
Critica-se o aumento das despesas públicas, uma suposta queda na arrecadação e as desonerações feitas para resistir aos efeitos da crise mundial. Anuncia que estão vigilantes sobre a cotação do real frente ao dólar. O papel dos bancos públicos seria “relativizado”, de forma coerente com a privatização do Banespa, vendido ao banco espanhol Santander, assim como a colocação à venda da Nossa Caixa que, felizmente, foi resgatada pelo Banco do Brasil. Assim, São Paulo, o estado mais rico do país, não tem mais nenhum banco público, o candidato tucano preferiu liquidar o patrimônio para fazer estradas, que aparecem muito mais do que financiamentos subsidiados para casa própria, por exemplo, como faz o governo federal. “Relativizado” significa baixo perfil, Estado mínimo, conforme o receituário neoliberal, para que os bancos privados possam ser absolutizados, possam ocupar mais espaço ainda.
Diz o tucano, na entrevista a Reuters, que o fortalecimento dos bancos públicos contribuiria para “aumentar a pressão inflacionária, ao aquecer em demasia a atividade” (sic), preocupação prioritária dos neoliberais, que não aprendem com o governo Lula que se pode – e se deve – aumentar os salários e diminuir as taxas de juros que, em um marco de crescimento com distribuição de renda, não apresentam riscos inflacionários. “Não acho que os bancos públicos precisam ter uma política tão protagonista (sic) neste pós-crise”, afirma a fonte, de forma coerente.
“Uma atuação menos arrojada, inclusive, poderia ser um dos caminhos para evitar a alta das taxas de juros a fim de controlar a inflação e as expectativas de preços”, comenta Reuters, a partir da conversa com membros da equipe econômica tucana.
A equipe serrista considera exagerados os estímulos fiscais dados pelo governo Lula durante a crise. “Não precisava dar para toda a linha branca e depois para móveis…” Parece que seguem acreditando que o próprio mercado tem mecanismos próprios de reativação econômica.
Apostam pouco na concretização de reformas como a tributária, em que o interesse seria apenas o de desonerar investimentos e folha de pagamento, sem nada que apontasse para uma estrutura tributária em que “quem ganha mais, paga mais”, como seria socialmente justo.
Então, a surpresa que Serra esconde é similar à de Carlos Menem e à de Carlos Andrés Perez: um grande pacote de ajuste, escondido sob o disfarce de um “choque de gestão”, tão a gosto do neoliberalismo tucano.
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