Obama não quis dar uma chance à paz. Preferiu manter a velha política externa arcaica norte-americana do "grande porrete" ou a diplomacia das canhoneiras, uma característica do velho imperialismo criado pelas potências européias, herdado depois da segunda guerra pelos Estados Unidos. É o mesmo tipo de imperialismo que levou a Inglaterra à Guerra do Ópio, contra a China, no século XIX.
Isso leva Lula e os dirigentes dos países emergentes e em desenvolvimento a desconfiar do presidente estadunidense, que segundo eles diz uma coisa e faz outra.
De fato, Obama surgiu como uma esperança de mudança para milhões de pessoas, no seu país e no mundo, mas hoje ninguém tem dúvidas de que ele é um engodo. As mudanças que prometeu fazer nos Estados Unidos acontecem atrofiadas, com um alcance muito menos do que o esperado.
Alguns dizem que o presidente dos Estados Unidos se rendeu ao poder da elite econômica do seu país e hoje é um eunuco político. Outros supõem que ele nunca pretendeu mudar com sinceridade, não passando de mais uma cria do sistema industrial\financeiro\militar que domina seu país.
Ambas as possibilidades denunciam a deformação da democracia mais antiga do mundo, que é profundamente distorcida pelo poder dos que possuem muito dinheiro. A democracia norte-americana existe nas cidades, nos condados e eventualmente nos pequenos estados, sendo atrofiada á medida em que sobe aos escalões mais altos do poder.
Friedman, no seu recente livro "Quente, plano e populoso", denuncia como uma das causas do declínio americano a corrosão da democracia estadunidense. para ele, os eleitores votam, depois vão cuidar das suas vidas, enquanto os lobyes vão cuidar dos seus interesses nos corredores do poder, no congresso e na Casa Branca.
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