segunda-feira, 3 de maio de 2010

As Dilmas da nossa turma eram diferentes da Dilma do Jabour

O ex-stalinista Arnaldo Jabour ataca a Dilma, dizendo que a ex-ministra esconde do público o que ela é de fato. Que ele conheceu muitas Dilmas na juventude e que elas todas têm referência em Cuba. Eventualmente quase todos os jovens dos anos 60 e 70 tiveram admiração pela luta heróica do povo cubano contra a tirania e, depois, enfrentando a maior potência imperialista que o mundo já viu. Era um tempo em que Paulo Francis dizia que se não fosse a união Soviética o mundo seria uma grande Macau (na época uma colônia portuguesa).
Mas Francis, como boa tarte daqueles jovens, nunca foram stalinistas, como Jabour e Serra (ambos maoístas, linha que estava na moda entre os intelectuais franceses, como Sartre e Jacques Alain Miller).
Muitos como eu eram anti-stalinistas e contrários à ditadura do proletariado. Eramos de esquerda, radicais, com referência no trotskismo, por isso libertários e democratas sem adjetivos. Defendíamos a democracia com socialismo, no qual os indivíduos seriam livres e preparados para a solidariedade.
Combatíamos os stalinistas, como Jabour, e só viemos a compor uma aliança com eles, quando houve concordência na luta pelas liberdades democráticas. Esses stalinistas sempre tiveram dificuldades em entender o mundo. Eles atraíam os jovens mais despreparados, porque seu ideário era simples, quase religioso.
Nós, que fomos da Centelha, a DS, nos aureos tempos tinhamos que ser excelentes alunos e participavamos de discussões de um nível que as pessoas hoje não entenderiam. Tinhamos que ler textos sofisticadíssimos, como Hegel, Marx, Gramisci, Trotski, Lukacs, Lenin, Celso Furtado, Daniel Bem Sayd, Mandel e muitos outros. Textos sobre política, cultura, economia, comportamento e a vida. a vida era mais bela naquela época. Na nossa turma também haviam Dilmas.

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